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Petrobras apoia com R$ 247 mi projetos sociais e ambientais

José Barbosa acrescentou que a aplicação das verbas é fiscalizada por gestores da empresa, que vão in loco conferir os resultados

Outra proposta contemplada, a da Associação de Pais e Amigos dos Autistas do Pará, prevê ações para combater o preconceito e a desinformação em relação às crianças com autismo (Jean-Philippe Ksiazek/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2013 às 20h00.

Brasília - Um projeto de capacitação de educadores do Amapá para lidar com a diversidade humana, especificamente com crianças que têm autismo; uma iniciativa que garante segurança alimentar e incrementa a produção em território indígena no Acre; a outra é uma ação voltada à geração de emprego e renda para agricultoras familiares que vivem na região amazônica. Esses são alguns dos 176 projetos sociais e ambientais contemplados por meio de seleção pública e que receberão recursos para ampliar sua estrutura.

O anúncio dos selecionados nos programas Petrobras Desenvolvimento & Cidadania e Petrobras Ambiental foi feito hoje (17) em três cidades simultaneamente. Em Brasília, foram apresentados os contemplados das regiões Centro-Oeste e Norte e de Minas Gerais.

O gerente de Relacionamento Comunitário da Petrobras, José Barbosa, enfatizou que as seleções públicas para os projetos são uma forma de democratizar o acesso aos recursos, com transparência e participação efetiva da sociedade.

Ele acrescentou que a aplicação das verbas é fiscalizada por gestores da empresa, que vão in loco conferir os resultados. Os contemplados também devem enviar periodicamente relatórios das atividades. Barbosa ressaltou que a aprovação desses documentos permite a liberação gradativa das verbas, em duas parcelas.

“É uma forma de fortalecer cada vez mais a rede do movimento social e ambiental e incluir mais pessoas, garantindo a elas novas oportunidades. Tudo isso representa uma forma de contribuir para transformar o Brasil positivamente”, destacou.

Ao todo, serão destinados, nos próximos dois anos, R$ 247 milhões, sendo R$ 145 milhões a 130 projetos sociais e R$ 102 milhões a 46 projetos ambientais, de todas as regiões do país. O número de inscritos na edição deste ano chegou a 4.177, a maior parte do Nordeste e Sudeste (sociais e ambientais).


De acordo com a gerente setorial de Programas Ambientais da Petrobras, Gislaine Garbelini, a preocupação é garantir proporcionalmente participação dos locais com mais demanda e com maior número de contemplados. Ela enfatizou, no entanto, que para promover a igualdade de acesso, antes do período das inscrições e durante esse prazo, são organizadas caravanas para orientar e estimular possíveis concorrentes em estados que tradicionalmente enviam menos propostas, como os do Norte e do Centro-Oeste.

Gislaine Garbelini lembrou que as escolhas também obedecem critérios como sustentabilidade dos resultados, relevância das ações para a comunidade, coerência do cronograma de atividades, viabilidade das propostas diante do orçamento previsto e capacidade institucional para implementá-las.

Segundo Francisca Arara, representante da Associação Movimento dos Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre, os R$ 400 mil que o projeto vai receber serão utilizados para impulsionar a capacitação de 144 agentes indígenas. A atuação do grupo, conforme ressaltou, tem impacto direto na preservação das terras, na valorização da cultura e na alimentação de 4 mil índios das etnias Manchineri, Jaminawa, Kaxinawá, Yawanawá.

“Eles atuam na gestão do território, conscientizando sobre o manejo adequado, resgate de sementes, valorização da cultura e das pesquisas indígenas. Com a ampliação da capacitação, esperamos resultados muito positivos, principalmente para que os índios não dependam tanto de programas sociais, como Bolsa Família e sacolões populares”, disse.

Outra proposta contemplada, a da Associação de Pais e Amigos dos Autistas do Pará, prevê ações para combater o preconceito e a desinformação em relação às crianças com autismo.

Estão previstos cursos, seminários, painéis entre outras iniciativas para capacitar educadores e torná-los multiplicadores dos conceitos de inclusão. O fundador da instituição, Frank Benjamim Constant, enfatizou que o ideal é que todas as pessoas estivessem aptas a lidar com as diferenças dos seres humanos, mas ressaltou que a iniciativa é parte dos esforços em prol de uma sociedade inclusiva.


“As crianças que têm autismo não apresentam traço sindrômico o que faz com que as pessoas não as identifiquem com essa característica. Por isso, em geral, são vistas como mimadas e mal educadas. Espero que a capacitação ajude a quebrar o estigma, na medida em que mais pessoas entenderão do assunto e poderão desenvolver estratégias para lidar com isso”, disse, ressaltando que as crianças com autismo vão à escola, como todas as outras, não apenas para aprender a ler e a escrever, mas para desenvolver a socialização e aprender a respeitar os limites.

“Com esses conceitos disseminados, o resultado será uma sociedade mais coesa, mais rica e capaz de se compreender melhor”, acrescentou o representante do projeto, que irá receber R$ 1,6 milhão. Frank Constant é pai de uma menina de 11 anos que tem autismo.

As seleções públicas dos programas ocorrem a cada dois anos. O da linha social começou em 2007, tendo sido investido até hoje R$ 1,2 bilhão em ações de promoção da garantia dos direitos e geração de renda de populações em vulnerabilidade. Por meio da vertente ambiental, iniciada em 2008, foram aplicados R$ 500 milhões em projetos de preservação e recuperação do ambiente e da diversidade.

A costureira Raimunda Nonata trabalha na Associação Mãos que Criam, na Estrutural (região no Distrito Federal), contemplada com R$ 280 mil na edição de 2008. Com a renda que consegue costurando uniformes para escolas e empresas de construção civil, ela ajuda nas despesas da casa, onde mora com o marido, quatro filhos e três netos, e ainda separa “um dinheirinho” para gastar com cuidados pessoais.

“Não é sempre, mas às vezes sobra um dinheirinho para dar um jeitinho no cabelo, comprar um creme, ir ao salão. É bom porque não preciso pedir dinheiro para o meu marido e explicar como vou gastar”, disse.

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Brasília - Um projeto de capacitação de educadores do Amapá para lidar com a diversidade humana, especificamente com crianças que têm autismo; uma iniciativa que garante segurança alimentar e incrementa a produção em território indígena no Acre; a outra é uma ação voltada à geração de emprego e renda para agricultoras familiares que vivem na região amazônica. Esses são alguns dos 176 projetos sociais e ambientais contemplados por meio de seleção pública e que receberão recursos para ampliar sua estrutura.

O anúncio dos selecionados nos programas Petrobras Desenvolvimento & Cidadania e Petrobras Ambiental foi feito hoje (17) em três cidades simultaneamente. Em Brasília, foram apresentados os contemplados das regiões Centro-Oeste e Norte e de Minas Gerais.

O gerente de Relacionamento Comunitário da Petrobras, José Barbosa, enfatizou que as seleções públicas para os projetos são uma forma de democratizar o acesso aos recursos, com transparência e participação efetiva da sociedade.

Ele acrescentou que a aplicação das verbas é fiscalizada por gestores da empresa, que vão in loco conferir os resultados. Os contemplados também devem enviar periodicamente relatórios das atividades. Barbosa ressaltou que a aprovação desses documentos permite a liberação gradativa das verbas, em duas parcelas.

“É uma forma de fortalecer cada vez mais a rede do movimento social e ambiental e incluir mais pessoas, garantindo a elas novas oportunidades. Tudo isso representa uma forma de contribuir para transformar o Brasil positivamente”, destacou.

Ao todo, serão destinados, nos próximos dois anos, R$ 247 milhões, sendo R$ 145 milhões a 130 projetos sociais e R$ 102 milhões a 46 projetos ambientais, de todas as regiões do país. O número de inscritos na edição deste ano chegou a 4.177, a maior parte do Nordeste e Sudeste (sociais e ambientais).


De acordo com a gerente setorial de Programas Ambientais da Petrobras, Gislaine Garbelini, a preocupação é garantir proporcionalmente participação dos locais com mais demanda e com maior número de contemplados. Ela enfatizou, no entanto, que para promover a igualdade de acesso, antes do período das inscrições e durante esse prazo, são organizadas caravanas para orientar e estimular possíveis concorrentes em estados que tradicionalmente enviam menos propostas, como os do Norte e do Centro-Oeste.

Gislaine Garbelini lembrou que as escolhas também obedecem critérios como sustentabilidade dos resultados, relevância das ações para a comunidade, coerência do cronograma de atividades, viabilidade das propostas diante do orçamento previsto e capacidade institucional para implementá-las.

Segundo Francisca Arara, representante da Associação Movimento dos Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre, os R$ 400 mil que o projeto vai receber serão utilizados para impulsionar a capacitação de 144 agentes indígenas. A atuação do grupo, conforme ressaltou, tem impacto direto na preservação das terras, na valorização da cultura e na alimentação de 4 mil índios das etnias Manchineri, Jaminawa, Kaxinawá, Yawanawá.

“Eles atuam na gestão do território, conscientizando sobre o manejo adequado, resgate de sementes, valorização da cultura e das pesquisas indígenas. Com a ampliação da capacitação, esperamos resultados muito positivos, principalmente para que os índios não dependam tanto de programas sociais, como Bolsa Família e sacolões populares”, disse.

Outra proposta contemplada, a da Associação de Pais e Amigos dos Autistas do Pará, prevê ações para combater o preconceito e a desinformação em relação às crianças com autismo.

Estão previstos cursos, seminários, painéis entre outras iniciativas para capacitar educadores e torná-los multiplicadores dos conceitos de inclusão. O fundador da instituição, Frank Benjamim Constant, enfatizou que o ideal é que todas as pessoas estivessem aptas a lidar com as diferenças dos seres humanos, mas ressaltou que a iniciativa é parte dos esforços em prol de uma sociedade inclusiva.


“As crianças que têm autismo não apresentam traço sindrômico o que faz com que as pessoas não as identifiquem com essa característica. Por isso, em geral, são vistas como mimadas e mal educadas. Espero que a capacitação ajude a quebrar o estigma, na medida em que mais pessoas entenderão do assunto e poderão desenvolver estratégias para lidar com isso”, disse, ressaltando que as crianças com autismo vão à escola, como todas as outras, não apenas para aprender a ler e a escrever, mas para desenvolver a socialização e aprender a respeitar os limites.

“Com esses conceitos disseminados, o resultado será uma sociedade mais coesa, mais rica e capaz de se compreender melhor”, acrescentou o representante do projeto, que irá receber R$ 1,6 milhão. Frank Constant é pai de uma menina de 11 anos que tem autismo.

As seleções públicas dos programas ocorrem a cada dois anos. O da linha social começou em 2007, tendo sido investido até hoje R$ 1,2 bilhão em ações de promoção da garantia dos direitos e geração de renda de populações em vulnerabilidade. Por meio da vertente ambiental, iniciada em 2008, foram aplicados R$ 500 milhões em projetos de preservação e recuperação do ambiente e da diversidade.

A costureira Raimunda Nonata trabalha na Associação Mãos que Criam, na Estrutural (região no Distrito Federal), contemplada com R$ 280 mil na edição de 2008. Com a renda que consegue costurando uniformes para escolas e empresas de construção civil, ela ajuda nas despesas da casa, onde mora com o marido, quatro filhos e três netos, e ainda separa “um dinheirinho” para gastar com cuidados pessoais.

“Não é sempre, mas às vezes sobra um dinheirinho para dar um jeitinho no cabelo, comprar um creme, ir ao salão. É bom porque não preciso pedir dinheiro para o meu marido e explicar como vou gastar”, disse.

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