Petrobras analisará dois relatórios de auditorias
As auditorias podem apontar punições aos empregados por irregularidades em contratos da estatal
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2014 às 11h02.
Rio - Os membros do Conselho de Administração da Petrobras devem avaliar pelo menos dois relatórios de auditorias internas na próxima reunião, no dia 12 de dezembro, informou nesta quinta-feira, 27, o vice-presidente da Fundação Getulio Vargas ( FGV ), Sérgio Quintella, um dos integrantes do conselho.
As auditorias podem apontar punições aos empregados por irregularidades em contratos da estatal.
Quintella, que também preside o Comitê Interno de Auditoria da Petrobras, adiantou que serão levadas à reunião as auditorias relativas a contratos fechados para a construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
Os dois projetos são alvos de investigação da Polícia Federal na Operação Lava Jato.
É possível ainda que uma terceira auditoria seja avaliada na próxima reunião do conselho, afirmou Quintella. Apesar disso, ele não soube informar o tema dessa auditoria.
Ainda na reunião do dia 12, os conselheiros da estatal irão analisar o resultado financeiro da empresa referente ao terceiro trimestre de 2014, disse o vice-presidente da FGV.
A previsão é de que a Petrobras divulgue nesse dia o balanço, ainda sem o aval da auditora PricewaterhouseCoopers (PwC).
Após participar de lançamento dos Cadernos FGV Energia, Quintella elogiou a criação de uma diretoria na estatal para fiscalizar as práticas de governança corporativa e disse que a medida poderia ter sido tomada há mais tempo.
Na terça-feira, 25, a Petrobras anunciou a criação da Diretoria de Governança, Risco e Conformidade.
Racionamento
Presente ao mesmo evento, o secretário-executivo do Ministério das Minas e Energia, Márcio Zimmermann, reiterou que o Brasil não corre o risco de racionamento neste ou no próximo ano.
O aumento de custo por causa da geração térmica já foi incorporado à tarifa de energia em 2014, segundo ele.
Segundo dados da consultoria Economática, a estatal perdeu 12 bilhões de reais no mês passado na bolsa brasileira, período no qual o Ibovespa recuou 1,14%. Boa parte da queda é atribuída aos maus resultados de 2013 apresentados pela empresa.
No final de fevereiro, o valor de mercado da estatal era de 172,8 bilhões de reais.
A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.