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Perda de fôlego da indústria se reflete no PIB

No entanto, o desempenho do comércio e do setor de serviços atenua o arrefecimento da indústria

Indústria têxtil: diminuição do crescimento já afeta o PIB (Germano Luders/Site Exame)

Indústria têxtil: diminuição do crescimento já afeta o PIB (Germano Luders/Site Exame)

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2010 às 11h11.

São Paulo - A estabilidade registrada em agosto pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), indicador antecedente do Produto Interno Bruto (PIB), surpreendeu os economistas que esperavam crescimento. Eles atribuem o resultado pífio à perda de fôlego da produção industrial, afetada, principalmente, pela invasão dos importados e pelo ajuste de estoques. Em agosto, o índice atingiu 139,12 pontos e repetiu o resultado de julho.

“Grande parte da estabilidade do ritmo de atividade geral se deve à indústria, que vem andando de lado desde abril”, afirma o economista chefe da MB Associados, Sergio Vale. Ele observa que o forte desempenho do comércio e do setor de serviços, que respondem pela maior fatia do PIB, atenua o arrefecimento da indústria.

Segundo o economista, depois de acumular estoques no primeiro semestre, a indústria conseguiu se desfazer de parte dos produtos indesejáveis. E o que estaria, na sua opinião, tirando o ritmo da produção industrial neste momento seria o grande volume de importados, favorecidos pelo real forte. “Precisamos ver como ficará setembro, com o aquecimento da produção de fim de ano.”

Zeina Latif, economista sênior para América Latina do Royal Bank of Scotland, faz uma análise semelhante à de Vale, da MB Associados. “Fiquei surpresa com o resultado do indicador do BC. Achei baixo.” Ela ressalta que a redução do ritmo de atividade estaria, em sua avaliação, ligada ao setor industrial, já que os números do comércio continuam robustos.

Zeina aponta dois fatores que estariam arrefecendo a produção industrial: o ajuste de estoques acumulados no primeiro semestre e principalmente o descompasso do setor externo. As exportações, cita a economista, estão hoje 20% abaixo do nível pré-crise. Do lado das importações a situação é oposta: só em agosto o volume de compras externas cresceu 49% ante o mesmo mês de 2009. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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