Pediatra crítica a cubanos no Mais Médicos, chefiará programa em 2019
Em 2013, Mayra Pinheiro recebeu os profissionais cubanos no Ceará com vaias e aos gritos de "escravos"
Clara Cerioni
Publicado em 6 de dezembro de 2018 às 11h36.
Última atualização em 6 de dezembro de 2018 às 20h03.
São Paulo — A médica pediatra Mayra Pinheiro aceitou o convite do futuro ministro da Saúde, o deputadoLuiz Henrique Mandetta (DEM-MS), para chefiar o Mais Médicos a partir de 2019.
A informação foi confirmada pela médica, que é filiada ao PSDB, em sua página no Facebook.
Ela será responsável pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (STGES), setor que cuida de políticas públicas de gestão, formação e qualificação dos trabalhadores da área da saúde e também responde ao Mais Médicos.
Professora universitária, Pinheiro participou de um protesto da classe médica cearense em 2013 contra o programa criado pelo governo de Dilma Rousseff.
Na manifestação, os profissionais cubanos foram recebidos com vaias e aos gritos de "escravos". Na época, a pediatra afirmou não se opunha ao programa, mas à forma como foi implantado, sem revalidação do diploma.
Ao jornal Folha de S.Paulo, ela disse quea comparação feita por médicos à época como "escravos" não indicava racismo ou xenofobia, mas críticas à forma de contratação, diz.
“Eram pessoas que não recebiam seus honorários de forma integral. Isso é trabalho escravo, trabalho sem liberdade. As pessoas eram vigiadas, não podiam sair dos hotéis, nem podiam namorar com brasileiros", afirmou.
Entre 2015 e 2018, Mayra foi presidente do sindicato dos médicos do Ceará e tambémparticipou como integrante da sociedade civil da Frente Parlamentar da Saúde no Congresso.