Manuela D'Ávila, candidata do PCdoB para presidência em 2018 (Manuela D'Ávila/Facebook/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 4 de novembro de 2024 às 10h38.
Última atualização em 4 de novembro de 2024 às 10h45.
O PCdoB anunciou no último domingo, 3, a saída oficial da ex-deputada federal Manuela D'Ávila do partido. Em nota oficial publicada nas redes sociais, a sigla afirma que a decisão partiu da ativista, mesmo após "um diálogo persistente e respeitoso, no esforço para que o desfecho fosse outro". Após 25 anos na militância da legenda, Manuela disse no mês passado que era uma "mulher sem partido" por "falta de opção".
No comunicado oficial emitido pelo PCdoB, a Comitiva Nacional destacou a formação da ex-parlamentar como uma "liderança da esquerda e do campo progressista no Brasil". Ativista, jornalista, escritora e empresária, Manuela D'Ávila foi vereadora, deputada federal e estadual pelo PCdoB. Em 2018 assumiu como vice na chapa à presidência de Fernando Haddad (PT), quando Lula foi impedido de participar da disputa. Os dois foram derrotados por Jair Bolsonaro.
Na nota, a sigla também afirmou que foram feitos esforços para que ela continuasse no quadro de correligionários, mas que não tiveram o resultado esperado. "Convictos de que no PCdoB Manuela poderia desempenhar papéis relevantes para a reconstrução do país, nesse momento de grandes exigências da luta de classes no Brasil e no mundo, empreendemos com ela um diálogo persistente e respeitoso, no esforço para que o desfecho fosse outro", diz a nota.
A ex-deputada federal já havia anunciado que deixaria a legenda mês passado, ao participar de um debate promovido pelo ICL Notícias. Ao responder uma pergunta sobre a possibilidade de criar uma nova sigla de esquerda, ela disse:
"Depois de 25 anos num único partido, eu não sou uma mulher sem partido por opção, eu sou por falta de opção, por falta de condições de qual caminho seguir. Esta é minha reflexão individual e coletiva daqueles que militam comigo", disse.
Durante a sua fala, a ex-parlamentar também destacou críticas que recebe dentro da esquerda sobre a posição que deve ser tomada contra o bolsonarismo.
"O mínimo é o direito de debater com franqueza. Sinto certa obstrução. Cada vez que a gente abre uma mesa sobre como avançar na esquerda, a gente escuta: "Opa, estão ajudando o Bolsonaro." Eu não tô. Quem nós nos tornamos nesse mundo em crise? Nos tornamos defensores de uma certa institucionalidade que nós, originalmente, deveríamos enfrentar — declarou aos outros convidados".