Pazuello: participação do ministro interino da Saúde atende a um requerimento do senador Esperidião Amin (PP-SC) (Adriano Machado/Reuters)
Clara Cerioni
Publicado em 13 de agosto de 2020 às 06h42.
Mais uma vez, as ações do governo Bolsonaro no combate à pandemia do novo coronavírus serão analisados pelo Congresso Nacional.
Dessa vez, o ministro interino, Eduardo Pazuello, vai nesta quinta-feira, 13, a uma comissão mista responder sobre a logística de distribuição aos estados dos remédios para o enfrentamento da pandemia. Ele responderá sobre a falta de medicamentos do chamado kit de intubação e também sobre a logística implantada na distribuição dos testes. A participação de Pazuello atende a um requerimento do senador Esperidião Amin (PP-SC).
Essa é a segunda vez que a Comissão Mista destinada a acompanhar a situação fiscal e a execução orçamentária da covid-19 ouve o ministro. Em junho, ele já havia sido questionado sobre a falta de medicamentos para tratamento de casos graves da covid-19, como sedativos e relaxantes musculares necessários para a intubação de pacientes.
Na ocasião, Pazuello informou que em breve o ministério disporia de uma reserva emergencial. No entanto, no mês passado, os secretários estaduais ainda reclamavam da escassez dos produtos. Um levantamento do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) no fim de julho mostrou que pelo menos 11 medicamentos usados como apoio para ventilação mecânica estão em falta em mais da metade dos estados do país.
“A situação é dramática, quase medieval”, afirmou o senador Esperidião Amin ao protocolar o pedido de audiência. Os motivos, segundo um representante do Conass, são muitos, mas não falta de recurso financeiro. “As secretarias estão preparadas para comprar, têm intenção de comprar, mas há problemas com licitações desertas, falta de produtos no mercado, atraso na entrega no medicamento e, não menos importante, a alta dos valores”.
Esse mesmo tema também será debatido hoje por deputados e convidados do Ministério da Saúde, da Anvisa e de representantes da indústria farmacêutica na comissão externa de enfrentamento à covid-19. Em meio a 100.000 mortos, de um jeito ou de outro, é urgente que essa escassez de remédios seja resolvida.