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Escritor Paulo Coelho e políticos declaram apoio a Felipe Neto

Outros políticos de partidos de oposição a Bolsonaro, como Maria do Rosário (PT), Humbero Costa e Manuela D'ávila (PCdoB) também defenderam youtuber

Felipe Neto: diante do recolhimento da publicação da Marvel, Felipe Neto reagiu e anunciou, nas redes sociais, que iria comprar 14 mil exemplares de livros com conteúdo LGBT para distribuir no evento (YouTube/Reprodução)

Felipe Neto: diante do recolhimento da publicação da Marvel, Felipe Neto reagiu e anunciou, nas redes sociais, que iria comprar 14 mil exemplares de livros com conteúdo LGBT para distribuir no evento (YouTube/Reprodução)

Victor Sena

Victor Sena

Publicado em 17 de setembro de 2019 às 12h04.

Última atualização em 17 de setembro de 2019 às 13h23.

São Paulo — A polêmica história sobre a Bienal do Livro no Rio de Janeiro e Felipe Neto ganhou mais um capítulo nesta terça-feira, 17. Após afirmar que está sendo ameaçado e que teve de tirar a própria mãe do Brasil, o youtuber recebeu apoio de personalidades por meio das redes sociais.

"Infelizmente a notícia é real. As ameaças se intensificaram e estamos montando um documento para dar entrada na polícia. Já tirei minha mãe do Brasil e estou vivendo com o mínimo possível de exposição", disse Felipe Neto na segunda-feira, 16.

"Não brinca com milicianos. Está fazendo o certo, mas realmente não se exponha. Qualquer coisa, pode vir até aqui - Genebra é super vigiada por causa dos muitos corpos diplomáticos. Se precisar, me acione", escreveu Paulo Coelho no Twitter. Felipe Neto respondeu: "Querido, você não faça ofertas assim que amanhã eu tô batendo na sua porta".

https://twitter.com/paulocoelho/status/1173698595146686464

Tudo começou quando o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, decidiu fazer uma busca na Bienal do Livro no Rio de Janeiro após saber que uma HQ da Marvel tinha uma ilustração de um beijo entre dois rapazes. "Livros assim precisam estar embalados em plástico preto, lacrados e do lado de fora. A prefeitura está protegendo os menores da nossa cidade", disse Crivella na ocasião.

A ação foi comentada inclusive pelo ilustrador britânico Jim Cheung - um dos autores da HQ Vingadores: A Cruzada das Crianças obra que foi a preocupação central do prefeito do Rio. "Eu não sei o que causou o prefeito a perseguir um trabalho de uma década atrás, que já está à venda há muitos anos, mas posso dizer honestamente que não houve nenhuma motivação escondida ou agenda para promover qualquer estilo de vida, nem mirar uma única audiência", afirmou Cheung.

Diante do recolhimento da publicação da Marvel, Felipe Neto reagiu e anunciou, nas redes sociais, que iria comprar 14 mil exemplares de livros com conteúdo LGBT para distribuir no evento.

Após a polêmica na Bienal e depois de anunciar que estaria sofrendo ameaças, além do escritor Paulo Coelho, outras personalidades se posicionaram, como a atriz Patrícia Pillar. "No que puder ajudar, estou perto!", avisou.

Felipe Neto tem quase 35 milhões de inscritos apenas no canal que mantém no Youtube.

Políticos

Além da classe artística, o youtuber recebeu apoio de diversos políticos críticos a Marcelo Crivella, de partidos como o PT e o PSOl. O candidato do PSOl à presidência derrotado nas eleições de 2018 Guilherme Boulos relacionou o caso à atuação do ministro Sergio Moro enquanto era juiz.

 

A deputada federal Maria do Rosário (PT) disse que o "Brasil foi intoxicado por palavras sombrias" e prestou solidariedade a Felipe Neto.

Já a deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP), ressaltou a ligação de apoiadores de Marcelo Crivella aos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Para ela, a situação "não é normal" dentro da democracia.

O deputado federal Humberto Costa (PT) também se posicionou e citou atuação de milícias virtuais.

A candidata à vice-presidência em 2018 Manuela D'ávila também marcou seu posicionamento ao compartilhar a postagem de Felipe Neto.

 

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