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Paulistas vivem mais tempo com os pais

Estudo feito pelo Ipea mostrou que apoio familiar pode tornar mais fácil a entrada no mercado de trabalho

Os paulistas ficam mais tempo na casa dos pais do que os imigrantes da cidade, mostrou o estudo (Wikimedia Commons)

Os paulistas ficam mais tempo na casa dos pais do que os imigrantes da cidade, mostrou o estudo (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2011 às 17h10.

Brasília – Para estudar as diferentes inserções de migrantes na sociedade paulistana, os pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que realizaram o estudo Perfil dos Migrantes em São Paulo dividiram os moradores da região metropolitana de São Paulo em grupos de nativos de diferentes estados brasileiros e de estrangeiros. O estudo leva em conta os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Uma primeira diferença que chama a atenção é o apoio familiar entre os grupos analisados. Se for utilizado como indicador a proporção de pessoas de 30 a 60 anos que ainda estão na casa dos pais, verifica-se que os paulistas contam com o apoio familiar por mais tempo, o que pode proporcionar a essas pessoas possibilidades melhores de formação profissional e inserção no mercado de trabalho.

Os estrangeiros também têm o indicador relativamente alto. Para os pesquisadores, isso pode denotar maior enraizamento no local, uma vez que uma maior proporção de pais permanece residindo na cidade. Já os migrantes de regiões brasileiras apresentam índices menores de tempo na casa dos pais. O estudo concluiu, por exemplo, que os cearenses são os que apresentam o menor índice de pessoas que vivem na casa dos pais.

Segundo o Ipea, uma das características determinantes para a inserção no mundo do trabalho é o nível de escolaridade do indivíduo. Os migrantes do Nordeste, em geral, são os que apresentam menor escolaridade, especialmente os baianos, entre os quais 59% não concluíram o ensino fundamental.

Os estrangeiros superam os paulistas em termos de escolaridade: 46% têm formação superior, contra apenas 24,3% dos nascidos no estado de São Paulo. Outros grupos de migrantes ultrapassam a média dos paulistas natos com formação superior. Eles vêm do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Espírito Santo, Rio de Janeiro e dos estados do Centro-Oeste, grupos em que 27,1% têm nível superior completo.

Para analisar a inserção no mundo do trabalho, foram selecionados quatro indicadores: a taxa de desemprego, posição na ocupação, horas trabalhadas e rendimento do trabalho. Com relação à taxa de desemprego aberto, os diferentes grupos de migrantes e os paulistas apresentaram valores próximos da média da região metropolitana, 6,9%. Uma exceção são os estrangeiros e os mineiros, que apresentaram taxas menores, e os pernambucanos, com taxa maior, de aproximadamente 8%.

Também foi analisado o uso da internet nos últimos três meses e os resultados foram reveladores por mostrar as diferenças de inserção dos distintos grupos. Os estrangeiros continuam se destacando, por seu desempenho acima do dos paulistas e de todos os outros grupos de migrantes. Por outro lado, os nordestinos ficam muito aquém dos demais.

São Paulo é o principal centro financeiro, corporativo e mercantil da América Latina. É a cidade mais populosa do Brasil, do Continente Americano e de todo o Hemisfério Sul. É também a cidade brasileira mais influente no cenário global, a sexta maior cidade do planeta e sua região metropolitana, com 19 milhões de habitantes, é a quarta maior aglomeração urbana do mundo.

A pesquisa do Ipea buscou analisar a situação atual da migração na capital paulista e seu entorno, região marcada pelos sucessivos movimentos migratórios que constituíram as estruturas regionais da metrópole. O estudo concluiu que as origens dos migrantes que foram para São Paulo, tão diversas, revelam as realidades vividas pelos grupos de cada região do Brasil e também dos países de onde vieram os migrantes que hoje vivem na capital paulista.

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