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Paulinho pode ter negociado fim de greve por propina da Odebrecht

Com o pretexto de contribuição para campanha, Paulinho da Força teria recebido propina em espécie através do Setor de Operações Estruturadas da empreiteira

Paulinho da Força: deputado era conhecido pelo codinome de “Boa Vista”, alcunha que seria substituída mais tarde por “Forte” (Antonio Cruz/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de abril de 2017 às 14h48.

Última atualização em 17 de abril de 2017 às 17h40.

Os executivos da Odebrecht Carlos Armando Guedes de Paschoal e Alexandrino de Salles Ramos de Alencar apontam em depoimento à Lava Jato o repasse não contabilizado de R$ 200 mil para o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, por apoio contra greves nas Usinas Hidrelétricas do Rio Madeira em 2012.

Com o pretexto de contribuição para campanha, Paulinho da Força, então deputado pelo PDT, teria recebido propina em espécie através do Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, chefiado por Hilberto Mascarenhas. À época, o deputado era conhecido pelo codinome de “Boa Vista”, alcunha que seria substituída mais tarde por “Forte”.

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Outro inquérito aberto a pedido do ministro do STF Edson Fachin aponta doações anuais de R$ 100 mil da Odebrecht para a realização de eventos da Força Sindical em comemoração ao Dia do Trabalho.

Paulinho da Força aparece também como alvo de investigação no recebimento de R$ 1 milhão em propina feito em duas parcelas, pelo setor de Operações Estruturadas do Grupo, em 2014, quando já era deputado federal pelo Solidariedade. A menção ao parlamentar aparece nas delações de Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental, e Hilberto Mascarenhas.

O líder da Força Sindical teria recebido o pagamento por apoio à Odebrecht em função da greve ocorrida na Embraport, em Santos, e da invasão à sede do grupo empresarial em 2013.

Com a palavra, Paulinho da Força

Por meio do nota, Paulinho da Força admite ter recebido R$ 1 milhão para a campanha mas não fala especificamente a respeito da origem dos recursos.

“A Odebrecht doou R$ 1 milhão para o partido Solidariedade, que foi distribuído para pagamentos de campanhas entre diversos candidatos aos cargos de deputados federal e estadual. Deste montante, minha campanha ficou com exatos R$ 158.563,00, conforme registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). É importante ressaltar que minhas contas foram aprovadas pelos órgãos eleitorais responsáveis. Como presidente da Força Sindical, que representa duas mil entidades em todo o Brasil, sempre sou solicitado, por minha liderança e experiência, a ajudar a solucionar conflitos em grandes demandas trabalhistas, como no caso da greve dos portuários ou conflitos na Usina do Rio Madeira”, diz o deputado no documento.

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