Amoêdo: ex-candidato à Presidência pelo Novo declarou voto em Lula como oposição a Bolsonaro (Patricia Monteiro/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2022 às 09h04.
Última atualização em 27 de outubro de 2022 às 09h55.
O Partido Novo suspendeu em caráter liminar a filiação do ex-candidato à Presidência e um de seus fundadores, João Amoêdo, segundo informaram publicamente membros do partido nesta quinta-feira, 27.
A movimentação acontece duas semanas após Amoêdo anunciar que votará em Lula no segundo turno das eleições presidenciais.
A declaração rendeu a Amoêdo a apresentação de denúncia por lideranças do Novo, incluindo o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema, e quatro deputados federais do partido.
A acusação é de que tenham havido possíveis "violações estatutárias".
A Comissão de Ética abriu processo contra Amoêdo, que é um dos fundadores do Novo, e a suspensão fica em validade até o fim do processo em curso.
"Recebi há pouco e-mail da Comissão de Ética do Partido Novo que determina a imediata suspensão da filiação de João Amoêdo tendo em vista 'risco de dano grave e de difícil reparação à imagem e reputação do NOVO'", escreveu o deputado federal Marcel van Hattem em seu perfil no Twitter nesta quinta-feira, 27. "É decisão liminar até que seja julgado nosso pedido de sua expulsão", disse.
Na última semana, ao ser criticado por sua declaração de voto, Amoêdo havia respondido afirmando que lamentava a posição do Novo em "atacar a liberdade de expressão" dos filiados.
"Lamento que o partido utilize meios oficiais para atacar a liberdade de expressão e política de um filiado. Ao responder o questionamento acerca do meu voto em segundo turno, apenas exerci um direito que me é conferido pela nossa Constituição", disse Amoêdo no Twitter na ocasião.
João Amoêdo foi candidato à Presidência pelo Novo em sua primeira eleição, em 2018. Terminou a eleição com 2,5% dos votos válidos, com 2,68 milhões de votos.