Parque no lugar do Minhocão em SP não tem consenso
Cerca de 180 pessoas participaram de uma audiência que determina a criação de um parque no local
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2014 às 10h25.
São Paulo - O destino do Elevado Costa e Silva, o Minhocão, no centro da capital, foi debatido nesta terça-feira, 9, na primeira audiência pública sobre o tema depois que o Plano Diretor Estratégico (PDE) da cidade foi sancionado pelo prefeito Fernando Haddad (PT).
Em vigor desde agosto, o PDE prevê em um dos artigos que o tráfego de veículos na via seja gradualmente desativado. Para que isso aconteça, no entanto, uma lei específica precisa ser aprovada.
Cerca de 180 pessoas participaram da audiência, na Câmara Municipal sobre o Projeto de Lei 10/2014, que determina a criação de um parque no local.
Embora todos os presentes concordassem com a desativação do elevado, dois grupos contrários falaram: um defende o parque e o outro quer o desmonte do Minhocão.
"Basta ir aos domingos ao elevado para ver que as pessoas já se apropriaram daquele espaço. Já é um parque espontâneo. Se for derrubado, é bom avisar quem usa esse local para relaxar em uma cidade com tão poucas opções de lazer e de parques", afirmou Wilson Levy Braga da Silva Neto, da Associação Amigos do Parque Minhocão.
A presidente da Ação Local Amaral Gurgel, Yara Góes, não concorda em transformar o Minhocão em parque. "Quem defende o desmonte mora ali, quem quer o parque só vai aos domingos. Tem de fazer estudo de impacto desse parque na vida das pessoas.
"Segundo Yara, "por mais absurdo que pareça, quem mora na região prefere o ruído dos carros ao das festas" que ocorrem no local.
João Batista Largo, que faz parte do Grupo Veredas, também defendeu o desmonte. "Um parque suspenso será elitizado e ficamos preocupados com os gastos para manutenção." Largo já protocolou um substitutivo para o Projeto de Lei 10/2014.
Em uma discussão equilibrada, cerca de dez pessoas, a maioria moradores dos bairros no entorno do Minhocão, se manifestaram sobre as proposta.
Os vereadores Nabil Bonduki (PT) e José Police Neto (PSD), autores do projeto, afirmaram que, antes de uma definição, acontecerá um "longo" debate.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.