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Para Tasso, PSDB ficar no governo e recorrer no TSE é incoerente

O partido decidiu se manter na base aliada do governo Temer, mas ao mesmo tempo foi ao TSE recorrer sobre absolvição do peemedebista

Tasso: "com certeza existe uma incoerência nisso, mas é a incoerência que a história nos colocou", afirmou o presidente do PSDB (Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil)

Tasso: "com certeza existe uma incoerência nisso, mas é a incoerência que a história nos colocou", afirmou o presidente do PSDB (Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de junho de 2017 às 06h52.

Brasília - O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), reconheceu nesta segunda-feira, 12, que há uma incoerência no fato de o partido ter decidido, ao mesmo tempo, se manter na base aliada do governo Michel Temer e recorrer contra a absolvição do peemedebista pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Com certeza existe uma incoerência nisso, mas é a incoerência que a história nos colocou", afirmou em entrevista coletiva após a reunião dos tucanos.

Jereissati afirmou que, como presidente do partido, não deixará de reconhecer que houve corrupção e uso de dinheiro público nas eleições de 2014 por parte da chapa Dilma-Temer.

"Achamos que houve corrupção e uso do dinheiro público nas eleições de 2014. Não temos menor duvida sobre isso. Não temos porque ficar calados se temos ainda o recurso para provar nossa convicção", disse.

Segundo ele, o tipo de recurso só será definido após o TSE publicar o acórdão do julgamento.

"Esse não é meu governo, não é o governo dos meus sonhos. Não votei nem nele (Temer) nem nela (Dilma). Estão aí por causa da circunstância do País nos levou a isso", afirmou o senador, ressaltando que era a favor do desembarque, mas que foi voto vencido.

"O PSDB esta dentro desse governo, com seus ministros, não em nome do governo, mas em nome da estabilidade e das reformas que são necessárias. Nossa maior preocupação são os desempregados que estão aí e não deixar que essa crise econômica venha a piorar", acrescentou.

Jereissati afirmou que o PSDB ainda não decidiu fechar questão a favor da aceitação de eventual denúncia contra Temer enviada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Segundo ele, por enquanto, a orientação é que cada deputado vote como quiser. "Vai ser uma decisão da Câmara, totalmente deles. E cada deputado vai votar da maneira como quiser, inclusive no plenário. Não existe nenhuma decisão de fechar questão em relação a isso", declarou o tucano na entrevista.

Mais cedo, o líder do PSDB na Câmara, deputado Ricardo Tripoli (SP), afirmou quepretende orientar a bancada do partido na Casa a votar pela aceitação de eventual denúncia da PGR contra Temer.

"Não terá liberação de bancada nesse aspecto. O posicionamento será pela investigação. Não estou levando aqui se ela será positiva ou não. Mas toda investigação tem sido defendida pelo PSDB sempre. Seja com pessoas ligadas ao nosso partido ou não", afirmou Tripoli ao deixar reunião do PSDB.

No Congresso e no Palácio do Planalto, a expectativa é de que Janot envie a denúncia até o fim de junho. Para que o Supremo Tribunal Federal (STF) possa processar Temer, a imputação terá de ser aceita pela Câmara. Para que a denúncia seja aceita, são necessários votos favoráveis de 342 dos 513 deputados.

Se for aceita, Temer terá se der afastado do cargo por 180 dias, para que o Supremo o julgue. Caso o julgamento não seja concluído ao fim desse prazo, Temer retorna ao caso, mas continua sendo processado pela Corte.

Aécio

Na entrevista, Jereissati disse ainda que o partido não vai crucificar o senador Aécio Neves (MG), afastado das funções e da presidência do partido após ser atingido pela delação da JBS. "Não discutimos Aécio Neves, não vamos crucificá-lo, vamos dar a ele o direito de defesa", explicou.

O tucano cearense confirmou a intenção da maioria do partido de antecipar as eleições para escolha do substituto definitivo do mineiro.

De acordo com o presidente interino do PSDB, essa eleição poderá ser antecipada em duas situações: caso Aécio renuncie ao cargo ou seja expulso do cargo. Jereissati ressaltou, porém, que tudo será combinado com o senador mineiro.

"A ideia é que na próxima reunião da Executiva, na semana que vem, se convoque uma eleição nacional", explicou o parlamentar cearense.

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