Para Olívio Dutra, mensalão foi sucessão de malfeitos
Líder histórico do PT criticou dirigentes partidários que participaram do episódio e a "mão pesada" do presidente do STF, Joaquim Barbosa
Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2013 às 17h25.
Porto Alegre - Liderança histórica do PT , o ex-governador do Rio Grande do Sul, ex-ministro das Cidades e ex-prefeito de Porto Alegre Olívio Dutra disse, nesta sexta-feira, 22, que "o mensalão foi uma sucessão de malfeitos, desde os movimentos políticos que lhes deram origem até seu julgamento, condenação e aprisionamento". Dutra criticou dirigentes partidários que participaram do episódio e a "mão pesada" do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.
"As condutas que originaram a Ação Penal 470 não foram revolucionárias nem transformadoras da política e caíram como uma luva nas mãos dos que sempre quiseram marcar a paleta da esquerda com o ferro em brasa da corrupção, agora com a manopla do presidente do Supremo", analisou. "Infelizmente contribuímos para isso", prosseguiu, referindo-se à participação, no caso, dos dirigentes do PT condenados pela Justiça.
"Minha contrariedade com a política conduzida pelos nossos dirigentes, que levou a essa situação ignominiosa vivida por eles e pelo partido, é tão grande quanto minha indignação diante de qualquer arbitrariedade ou violência que eles estejam ou venham a sofrer, dentro e fora da prisão", ressaltou Olívio.
O ex-governador destacou, ainda, que o deputado federal José Genoino merece condições especiais no cumprimento de sua pena, por seu estado de saúde. Olívio participou da primeira gestão ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas deixou o Ministério das Cidades em 2005, quando a pasta foi entregue ao PP, um dos partidos que migraram para a base de apoio do governo."Não é o passado que está em jogo, é o presente"
Na manifestação desta sexta-feira, por nota, Olívio foi menos direto do que em uma entrevista ao Jornal do Comércio, publicada na quinta-feira, na qual discordou de quem atribuiu cunho político ao julgamento do mensalão e à prisão de Genoino, José Dirceu e Delúbio Soares. "Funcionou o que deveria funcionar. O STF julgou e a Justiça determinou a prisão, cumpra-se a lei", afirmou. "As instituições têm seus funcionamentos", reconheceu. "O que não se pode admitir é o toma-lá-dá-cá nas práticas dos mensalões de todos os partidos, nas quais figuras do PT participaram".
Na mesma entrevista, ao referir-se ao passado de Dirceu e Genoino, Olívio manifestou "respeito" pela luta dos dois contra a ditadura, mas advertiu que, no caso do Mensalão, adotaram "uma conduta que não pode se ver como correta". E não absolveu os companheiros por isso. "Não é o passado que está em jogo, é o presente, e eles se conduziram mal, envolveram o partido", avaliou. "O sujeito coletivo do PT não pode ser reduzido em virtude dessas condutas; o PT surgiu para transformar a política de baixo para cima", ressaltou. "Eu não os considero presos políticos, foram julgados e agora estão cumprindo pena por condutas políticas".
Porto Alegre - Liderança histórica do PT , o ex-governador do Rio Grande do Sul, ex-ministro das Cidades e ex-prefeito de Porto Alegre Olívio Dutra disse, nesta sexta-feira, 22, que "o mensalão foi uma sucessão de malfeitos, desde os movimentos políticos que lhes deram origem até seu julgamento, condenação e aprisionamento". Dutra criticou dirigentes partidários que participaram do episódio e a "mão pesada" do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.
"As condutas que originaram a Ação Penal 470 não foram revolucionárias nem transformadoras da política e caíram como uma luva nas mãos dos que sempre quiseram marcar a paleta da esquerda com o ferro em brasa da corrupção, agora com a manopla do presidente do Supremo", analisou. "Infelizmente contribuímos para isso", prosseguiu, referindo-se à participação, no caso, dos dirigentes do PT condenados pela Justiça.
"Minha contrariedade com a política conduzida pelos nossos dirigentes, que levou a essa situação ignominiosa vivida por eles e pelo partido, é tão grande quanto minha indignação diante de qualquer arbitrariedade ou violência que eles estejam ou venham a sofrer, dentro e fora da prisão", ressaltou Olívio.
O ex-governador destacou, ainda, que o deputado federal José Genoino merece condições especiais no cumprimento de sua pena, por seu estado de saúde. Olívio participou da primeira gestão ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas deixou o Ministério das Cidades em 2005, quando a pasta foi entregue ao PP, um dos partidos que migraram para a base de apoio do governo."Não é o passado que está em jogo, é o presente"
Na manifestação desta sexta-feira, por nota, Olívio foi menos direto do que em uma entrevista ao Jornal do Comércio, publicada na quinta-feira, na qual discordou de quem atribuiu cunho político ao julgamento do mensalão e à prisão de Genoino, José Dirceu e Delúbio Soares. "Funcionou o que deveria funcionar. O STF julgou e a Justiça determinou a prisão, cumpra-se a lei", afirmou. "As instituições têm seus funcionamentos", reconheceu. "O que não se pode admitir é o toma-lá-dá-cá nas práticas dos mensalões de todos os partidos, nas quais figuras do PT participaram".
Na mesma entrevista, ao referir-se ao passado de Dirceu e Genoino, Olívio manifestou "respeito" pela luta dos dois contra a ditadura, mas advertiu que, no caso do Mensalão, adotaram "uma conduta que não pode se ver como correta". E não absolveu os companheiros por isso. "Não é o passado que está em jogo, é o presente, e eles se conduziram mal, envolveram o partido", avaliou. "O sujeito coletivo do PT não pode ser reduzido em virtude dessas condutas; o PT surgiu para transformar a política de baixo para cima", ressaltou. "Eu não os considero presos políticos, foram julgados e agora estão cumprindo pena por condutas políticas".