Brasil

Para Jefferson, filha ministra põe fim a estremecimento com PTB

Temer escolheu a filha do presidente do PTB, Roberto Jefferson, para ser ministra do Trabalho

Roberto Jefferson: "A Cris é bem quista na bancada", disse o presidente do PTB (Valter Campanato/Agência Brasil)

Roberto Jefferson: "A Cris é bem quista na bancada", disse o presidente do PTB (Valter Campanato/Agência Brasil)

R

Reuters

Publicado em 4 de janeiro de 2018 às 11h02.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2018 às 19h07.

Brasília - O presidente do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson, afirmou nesta quinta-feira (4) que a escolha pelo presidente Michel Temer de sua filha, a deputada Cristiane Brasil, para ser ministra do Trabalho põe fim ao estremecimento da bancada do partido com o governo provocado pelo veto do ex-presidente José Sarney à indicação do deputado Pedro Fernandes para ocupar a pasta.

"Eu penso que sim (encerra o estremecimento). A Cris é bem quista na bancada, vai ser uma ministra amiga da bancada, não tem nada contra ninguém. O partido foi prestigiado, não só a bancada, mas o partido também. A mim me toca afetivamente, vou brigar ainda mais", disse ele, em entrevista à Reuters.

Jefferson disse ter levado a Temer e ao ministro da Casa, Civil, Eliseu Padilha, quatro nomes do partido para o cargo de ministro no Trabalho na conversa que tiveram na quarta-feira no Palácio do Jaburu: os deputados Josué Bengston (PA), Sérgio Moraes (RS), Alex Canziani (PR) e Ronaldo Nogueira (RS), que se colocou à disposição para reassumir o cargo do qual pediu demissão no final de dezembro em nome de pacificar a bancada.

Segundo o presidente do PTB, o nome de Cristiane Brasil surgiu durante a conversa a partir de uma indagação de Temer. Ela foi consultada por telefone e aquiesceu com a sondagem -- disse que não iria concorrer a cargo eletivo em outubro, condição imposta pelo Palácio do Planalto para os novos ocupantes do primeiro escalão.

O líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), que chegou a criticar publicamente o veto de Sarney ao nome do deputado Pedro Fernandes (PTB-MA), apoiou a indicação da colega de bancada.

Jefferson --que foi condenado no processo do mensalão-- chorou ao anunciar na saída do encontro do Temer a escolha da sua filha, e classificou a escolha como um "resgate".

Ainda assim, o presidente do PTB, primeiro partido da base aliada a fechar questão em favor da reforma da Previdência, disse que o processo de troca no comando do Trabalho não muda o número de votos na bancada da Câmara sobre a proposta: dos 16 deputados do PTB, 3 deles continuam contra -- Sérgio Moraes, que era cotado para ser ministro, Arnaldo Faria de Sá (SP) e Deley (RJ).

O ex-parlamentar disse que vai trabalhar para garantir os votos desses deputados à proposta, e destacou estar confiante na aprovação da medida, após considerar que há um aumento do apoio à reforma durante o recesso parlamentar. São necessários 308 votos para aprová-la na Câmara em dois turnos de votação. O governo pretende votá-la no dia 19 de fevereiro.

"Penso que vai bem a reforma, os deputados estão começando a perceber que a opinião pública e os formadores de opinião pública estão a favor, não é uma reforma castradora de direitos", afirmou. "É o momento, não se pode adiar uma reforma desta importância e desse futuro, temos de fazer".

Sucessão presidencial

O presidente do PTB afirmou ainda que a sucessão presidencial está "cada vez mais próxima" do governador de São Paulo e presidente do PSDB, Geraldo Alckmin. Segundo Jefferson, Alckmin tem condições de ser o candidato da aliança de partidos que atualmente gravitam em torno de Temer.

"Geraldo tem sido muito testado e tem se mostrado cordato, sereno, vai chegar nele, ele vai acabar sendo o candidato de todos, vai construindo o caminho na dificuldade. Se fosse uma facilidade, ele não ganharia a eleição", disse.

Para Jefferson, o fato de Alckmin não estar entre os principais cotados nas pesquisas de intenção de voto no momento não tem importância. Segundo ele, o governador vai melhorar seu desempenho nas pesquisas quando começarem os programas de televisão. "O povo vai começar a pensar: quem é esse Geraldo? Ele cresce, vai crescer", acredita.

Acompanhe tudo sobre:Governo TemerMichel TemerMinistério do TrabalhoPartidos políticosPTB — Partido Trabalhista Brasileiro

Mais de Brasil

Mais de 600 mil imóveis estão sem luz em SP após chuva intensa

Ao lado de Galípolo, Lula diz que não haverá interferência do governo no Banco Central

Prefeito de BH, Fuad Noman vai para a UTI após apresentar sangramento intestinal secundário

Veja os melhores horários para viajar no Natal em SP, segundo estimativas da Artesp