São Paulo: a taxa de isolamento social na capital paulista, que concentra o maior número de mortes e casos de coronavírus no Estado, vem preocupando as autoridades (Eduardo Frazão/Exame)
Clara Cerioni
Publicado em 7 de maio de 2020 às 11h37.
Última atualização em 7 de maio de 2020 às 11h47.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou nesta quinta-feira, 7, que para evitar um decreto de lockdown, o rodízio de veículos na capital será retomado a partir de segunda-feira, 11, e valerá para todos os dias da semana, em período integral.
O esquema de circulação também será mais rígido: nos dias pares, poderão circular placas de final par (0, 2, 4, 6 e 8) e nos dias ímpares, as placas de final ímpar (1, 3, 5, 7 e 9). O rodízio valerá também no final de semana.
"Questões extremas exigem medidas extremas, com isso anuncio o retorno do rodízio de forma ainda mais restritiva. Não dá pra deixar de tomar medidas como essa, com taxas de ocupação de leitos de UTI com mais de 80%", disse Covas.
Com a volta do rodízio mais amplo, haverá reforço na frota de ônibus na cidade, com mais mil veículos e outros 600 de reserva, caso sejam necessários. "Essa é uma medida necessária para evitar o lockdown na cidade de São Paulo", disse o prefeito.
Permanecem excluídos do rodízio carros da polícia, do Exército e também veículos da área da saúde e de profissionais da área. Os profissionais de saúde devem fazer um cadastro junto à Prefeitura para ficarem fora da medida de restrição de circulação.
A Prefeitura chegou a implementar bloqueios restritivos na cidade nesta semana, mas o próprio Covas reconheceu que a medida que provocou trânsito e foi questionada pelo Ministério Público foi um erro e que não surtiu o efeito necessário. Com isso, os bloqueios voltaram a ser apenas educativos.
A taxa de isolamento social na capital paulista, que concentra o maior número de mortes e casos de coronavírus no Estado, vem preocupando as autoridades. A taxa se mantém abaixo dos 50% (com 48% tanto na segunda-feira quanto na terça-feira), ficando acima desse patamar somente em finais de semana. A meta é 60% e o ideal para evitar o colapso do sistema de saúde é 70%.
De acordo com dados do balanço da Secretaria Estadual da Saúde desta quarta-feira, a capital paulista tem 1.910 mortes pela doença e 23.187 casos confirmados. Em todo o Estado, são 3.045 mortes e 37.853 casos da doença.