Brasil

Para especialistas, medidas cambiais são incertas

As dúvidas residem na mudança das regras no mercado futuro, por conta da elevação da taxa do IOF sobre operações estrangeiras

Edemir Pinto, presidente-executivo da BMFBovespa, não compreendeu a mudança na taxa do IOF (Luciana Cavalcanti/VOCÊ S.A.)

Edemir Pinto, presidente-executivo da BMFBovespa, não compreendeu a mudança na taxa do IOF (Luciana Cavalcanti/VOCÊ S.A.)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2010 às 09h06.

São Paulo - Os efeitos das novas medidas anunciadas ontem pelo governo para conter a valorização do real ainda são incertos, segundo especialistas do mercado financeiro. Eles aguardam os detalhes da regulamentação para fazer uma avaliação mais precisa. As dúvidas principais referem-se à mudança das regras no mercado futuro, onde o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) da chamada margem subiu de 0,38% para 6%. Nem mesmo a BM&FBovespa compreendeu a mudança.

“Estamos esperando a publicação para entender melhor a incidência”, afirmou o presidente executivo da BM&FBovespa, Edemir Pinto. Ele lamentou a decisão do governo, porque acredita que os investidores vão migrar para outras opções disponíveis no mercado, que não são reguladas (e controladas) como o ambiente da BM&FBovespa. “Ainda estou tentando entender o racional do governo, porque na Bolsa os riscos são mitigados e se evita o risco sistêmico. Aqui, o governo sabe exatamente o tamanho das posições.”

O governo avalia que a maior parte da pressão sobre o real vem das operações no mercado futuro, argumento que é rechaçado pelo presidente da Bolsa. No fim da semana passada, estrangeiros tinham cerca de US$ 13 bilhões em apostas pela alta do real. O diretor executivo da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Nehme, também não entendeu as medidas na prática. Segundo ele, não está claro como será a incidência do IOF de 6% (em vez dos 0,38% anteriores).

A margem é uma garantia que os agentes que operam no mercado futuro têm de deixar depositadas. Seu objetivo é proporcionar segurança aos negócios. Em geral, a maioria desses agentes usa títulos públicos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCâmbioDados de BrasilImpostosIOFLeão

Mais de Brasil

Ministro da Justiça reage a caso de jovem baleada pela PRF: 'obrigação de dar exemplo'

Morre Roberto Figueiredo do Amaral, executivo da Andrade Gutierrez

Desabamento e veículos arrastados: véspera de natal é marcada por chuvas em BH

Avião desaparece no AM e mãe de piloto faz apelo por buscas do filho nas redes sociais