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Para Defesa Civil de Minas, Bento Rodrigues deve acabar

A recomendação é que ninguém volte para o distrito


	Moradores observam casas soterradas em Bento Rodrigues: a recomendação é que ninguém volte para o distrito
 (Ricardo Moraes / Reuters)

Moradores observam casas soterradas em Bento Rodrigues: a recomendação é que ninguém volte para o distrito (Ricardo Moraes / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2015 às 09h46.

Belo Horizonte - Se depender da Defesa Civil de Minas Gerais, os moradores de Bento Rodrigues, em Mariana, não retornarão às suas casas. O subdistrito foi duramente atingido pelos rejeitos de minério de ferro das barragens da empresa Samarco que se romperam.

Nesta terça-feira, 10, o coordenador da Defesa Civil de Minas, coronel Helberth Figueiró de Lourdes, afirmou que, mesmo após encerradas as buscas por vítimas na região, vai recomendar que ninguém volte para o distrito.

"Há quatro ou cinco metros de lama compacta em Bento Rodrigues. Mesmo se houver condições de os moradores voltarem, vou sugerir que isso não aconteça", disse.

Bento Rodrigues - que na verdade é um subdistrito de Camargos, este sim, distrito de Mariana - tinha aproximadamente 600 habitantes antes da tragédia.

Foi fundado no século 18, no início da exploração de ouro que tinha Ouro Preto como principal centro. Se a recomendação da Defesa Civil for seguida, a localidade, que nasceu com a mineração do ouro, morrerá com a do minério de ferro.

A Mina da Alegria, nome dado ao complexo do qual faziam parte as duas barragens que ruíram, começou a ser explorada em 1992. O complexo tem reservas estimadas em 400 milhões de toneladas de minério de ferro. São retirados atualmente da mina 10 milhões de toneladas do metal por ano.

O coronel afirma que o mais importante no momento é saber como a empresa se posicionará em relação à indenização que será dada às famílias que perderam suas casas.

"É preciso saber se receberão dinheiro, se serão adquiridas moradias em outros locais", disse. Na segunda-feira, o Ministério Público em Mariana informou que vai pedir à Justiça que determine o pagamento imediato de um salário mínimo por família atingida, por tempo indeterminado. 

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