Palocci: "Enquanto o Palocci mantinha o silêncio, ele era inteligente, virtuoso", disse a defesa (REUTERS/Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de setembro de 2017 às 20h40.
Última atualização em 13 de setembro de 2017 às 22h45.
São Paulo - O advogado Adriano Bretas, que defende o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda/Casa Civil - Governos Lula e Dilma), reagiu ao depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira, 13.
Segundo o defensor, "Lula muda os adjetivos com relação às pessoas a mercê da conveniência dele".
"Enquanto o Palocci mantinha o silêncio, ele era inteligente, virtuoso. Agora que ele começou a falar a verdade, passou a ser tido e havido como uma pessoa calculista, dissimulada. Dissimulado é ele que nega tudo aquilo que lhe contraria", afirmou Bretas.
Na semana passada, Palocci rompeu o silêncio, fez um relato devastador e entregou o ex-presidente, a quem atribuiu envolvimento com o que chamou de "pacto de sangue" com a empreiteira Odebrecht que previa repasse de R$ 300 milhões para o governo petista e para Lula.
Nesta quarta-feira, 13, foi a vez de Lula prestar depoimento. "Eu achei que o Palocci tá preso há mais de um ano, o Palocci tem o direito de querer ser livre, tem o direito de querer ficar com o pouco do dinheiro que ele ganhou fazendo palestra, ele tem família. Tudo isso eu acho. O que não pode é se você não quer assumir a tua responsabilidade pelos fatos ilícitos que você fez, não jogue em cima dos outros", afirmou o petista.
Segundo a defesa do ex-ministro, "Lula muda os adjetivos com relação às pessoas a mercê da conveniência dele".
"Ou seja, enquanto o Palocci mantinha o silêncio, ele era inteligente, virtuoso. Agora que ele começou a falar a verdade, passou a ser tido e havido como uma pessoa calculista, dissimulada. Dissimulado é ele que nega tudo aquilo que lhe contraria. Quando os documentos são apresentados perante ele , os documentos são falsos. Quando as provas são apresentadas perante ele, as provas são mentirosas", disse o advogado.
"Quando as evidências são apresentadas, as evidências não existem. Basta dizer que ele chegou a ter a pachorra, pasme, que se encontra muito raramente com o Palocci, a cada 8 meses. Só faltou dizer que não conhecia o Palocci. Então, eu só devolvo para ele os adjetivos, os atributos que ele tentou inculcar no meu cliente."