O zika virus, a dengue e a chikungunya, são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. (Arquivo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 28 de novembro de 2015 às 08h13.
Belém - O Instituto Evandro Chagas (IEC) de Belém confirmou, na manhã de ontem, o primeiro caso de morte por zika vírus no Brasil. A vítima é um homem, morador do Maranhão. Ele também tinha lúpus, o que teria complicado a sua situação, uma vez que a doença afeta o sistema imunológico do paciente.
"Essa fraqueza no sistema imunológico precipitou sua morte", explicou o médico Pedro Vasconcelos, do Instituto Evandro Chagas. Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor do vírus da dengue e da chikungunya, o zika estaria relacionado a um surto de microcefalia no Nordeste e ao crescimento de casos da síndrome de Guillain-Barré (SDG) na região.
De acordo com os especialistas do setor de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do IEC, a primeira morte ligada ao zika aconteceu em junho deste ano, mas a certeza do diagnostico só foi possível depois de estudos de amostras do sangue do homem, que começaram a ser analisadas em julho. Em razão da dificuldade de isolar o vírus, somente agora a presença do organismo foi confirmada.
A equipe do IEC que trabalhou no caso - formada pelos médicos Pedro Vasconcelos e Socorro Azevedo e pela farmacêutica Suely Rodrigues - informou que o instituto vai passar a analisar agora as amostras de outros casos que não tiveram diagnostico de dengue nem de chikungunya, em busca de novos casos de zika vírus. Por isso, eles acreditam que o número de mortes provocadas pelo vírus pode aumentar.
Ainda segundo os pesquisadores, a forma de contágio do vírus não se daria somente pelo mosquito. Eles garantem que o zika pode também ser transmitido por meio de relação sexual, transfusão de sangue e transplante de órgãos.
De acordo com o grupo, o Ministério da Saúde foi notificado e deve se pronunciar sobre a morte. Uma equipe do ministério está investigando os casos de forma integrada com as secretarias estaduais e municipais de saúde. Segundo os pesquisadores, o maior desafio neste momento é neutralizar a proliferação do mosquito, evitando lixo acumulado e recipientes com água parada.