Pais "escoltam" alunos que querem ter aula em Etesp
Segundo uma mãe, alunos que ocuparam Etesp estariam "intimidando e coagindo" os estudantes que não concordam com o movimento
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2016 às 09h37.
São Paulo - Dez dias depois da ocupação da Escola Técnica de São Paulo (Etesp), no Bom Retiro, região central de São Paulo , na quarta-feira, 11, um grupo de pais "escoltou" estudantes que queriam ter aula.
Em um prédio adjacente ao que está ocupado, alunos de sete turmas da escola furaram o bloqueio e tiveram aulas durante todo o dia.
"Um grupo de pais se organizou para que os alunos pudessem ter aula. Cada dia, até que a escola seja desocupada, 5 ou 6 pais vão acompanhar a entrada para garantir que eles tenham aula", disse a engenheira Rosana Cavalcante, de 45 anos, mãe de um estudante de 14 anos do 1.º ano do ensino médio.
Segundo Rosana, os alunos que invadiram a unidade estariam "intimidando e coagindo" os demais estudantes, que não concordam com o movimento.
Por isso, os pais se organizaram para que as atividades acadêmicas fossem retomadas. A Polícia Militar foi acionada para acompanhar a entrada desses estudantes que teriam aula.
Segundo o Centro Paula Souza (CPS), responsável pelas escolas técnicas estaduais, a direção liberou as salas para seis turmas do 1.º ano e uma do último módulo de Eletrônica.
"Para garantir o direito às aulas desses estudantes, apenas o acesso deles foi liberado no edifício", disse em nota.
O Centro também informou que cortou a energia elétrica do prédio tomado, porque os manifestantes "ligaram o som em volume que impedia o acompanhamento das aulas pelos demais alunos da escola e da Fatec São Paulo, que funciona no mesmo câmpus".
No início da noite de quarta, segundo o Centro, o fornecimento de energia seria normalizado.
Ocupação
A Etesp foi a primeira Etec a ser ocupada neste ano, três dias após os estudantes tomarem a sede do Centro Paula Souza. Eles reivindicam melhorias na merenda escolar e na estrutura do prédio.
Mesmo após o governo anunciar que os alunos do período integral poderão escolher entre receber um lanche ou marmitex a partir de agosto, eles decidiram manter a ocupação.
"Muitos pensam que todas as nossas pautas foram atendidas, porém os alunos serão obrigados a votar se querem merenda seca (uma bolacha ou barra cereal e suco) ou marmitex. Isso é totalmente insano. Não aceitamos isso. Têm de ser os dois", disseram os estudantes.
Na quarta, eles ainda divulgaram nas redes sociais e-mails do diretor da Etesp. Segundo os organizadores, os e-mails provam que ele estaria "incentivando" os professores a entrar em conflito com os estudantes. E disseram ter achado a senha do e-mail em cima da mesa do diretor.
Os alunos disseram ainda que estão sofrendo perseguição da direção da escola e ameaças de professores que prometem retaliação nas provas. Segundo o Paula Souza, os alunos invadiram a sala da direção na manhã de quarta e hackearam o e-mail institucional do diretor.
Eles ainda teriam rasurado e jogado documentos da escola pela janela. "O Centro Paula Souza reconhece o direito às reivindicações, mas lamenta ações de vandalismo como essa."
O produtor cultural Tulio Schargel, de 50 anos, pai de um aluno de 15 anos do 1.º ano do ensino médio, disse que a princípio apoiava o movimento dos alunos, mas afirmou não conseguir entender a motivação da ocupação.
"Eles estavam certos em lutar pela merenda, era uma reivindicação justa e conseguiram. Mas, agora, parecem não entender a complexidade dos problemas e querem resolver tudo imediatamente", afirmou ele, que também participa da Associação de Pais e Mestres (APM).
Na quarta, segundo o Paula Souza, além da Etesp, outras 12 Etecs permaneciam ocupadas por estudantes. "Em algumas unidades, como Basilides de Godoy e Pirituba, também têm sido registrados conflitos entre ocupantes e alunos que querem ter aulas", disse o Centro.
Os estudantes também ocupam três escolas estaduais e duas diretorias regionais de ensino (Centro-Oeste, na capital, e uma em Guarulhos). Eles afirmam que não vão recuar porque querem melhorias na merenda servida em todas as escolas públicas estaduais.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - Dez dias depois da ocupação da Escola Técnica de São Paulo (Etesp), no Bom Retiro, região central de São Paulo , na quarta-feira, 11, um grupo de pais "escoltou" estudantes que queriam ter aula.
Em um prédio adjacente ao que está ocupado, alunos de sete turmas da escola furaram o bloqueio e tiveram aulas durante todo o dia.
"Um grupo de pais se organizou para que os alunos pudessem ter aula. Cada dia, até que a escola seja desocupada, 5 ou 6 pais vão acompanhar a entrada para garantir que eles tenham aula", disse a engenheira Rosana Cavalcante, de 45 anos, mãe de um estudante de 14 anos do 1.º ano do ensino médio.
Segundo Rosana, os alunos que invadiram a unidade estariam "intimidando e coagindo" os demais estudantes, que não concordam com o movimento.
Por isso, os pais se organizaram para que as atividades acadêmicas fossem retomadas. A Polícia Militar foi acionada para acompanhar a entrada desses estudantes que teriam aula.
Segundo o Centro Paula Souza (CPS), responsável pelas escolas técnicas estaduais, a direção liberou as salas para seis turmas do 1.º ano e uma do último módulo de Eletrônica.
"Para garantir o direito às aulas desses estudantes, apenas o acesso deles foi liberado no edifício", disse em nota.
O Centro também informou que cortou a energia elétrica do prédio tomado, porque os manifestantes "ligaram o som em volume que impedia o acompanhamento das aulas pelos demais alunos da escola e da Fatec São Paulo, que funciona no mesmo câmpus".
No início da noite de quarta, segundo o Centro, o fornecimento de energia seria normalizado.
Ocupação
A Etesp foi a primeira Etec a ser ocupada neste ano, três dias após os estudantes tomarem a sede do Centro Paula Souza. Eles reivindicam melhorias na merenda escolar e na estrutura do prédio.
Mesmo após o governo anunciar que os alunos do período integral poderão escolher entre receber um lanche ou marmitex a partir de agosto, eles decidiram manter a ocupação.
"Muitos pensam que todas as nossas pautas foram atendidas, porém os alunos serão obrigados a votar se querem merenda seca (uma bolacha ou barra cereal e suco) ou marmitex. Isso é totalmente insano. Não aceitamos isso. Têm de ser os dois", disseram os estudantes.
Na quarta, eles ainda divulgaram nas redes sociais e-mails do diretor da Etesp. Segundo os organizadores, os e-mails provam que ele estaria "incentivando" os professores a entrar em conflito com os estudantes. E disseram ter achado a senha do e-mail em cima da mesa do diretor.
Os alunos disseram ainda que estão sofrendo perseguição da direção da escola e ameaças de professores que prometem retaliação nas provas. Segundo o Paula Souza, os alunos invadiram a sala da direção na manhã de quarta e hackearam o e-mail institucional do diretor.
Eles ainda teriam rasurado e jogado documentos da escola pela janela. "O Centro Paula Souza reconhece o direito às reivindicações, mas lamenta ações de vandalismo como essa."
O produtor cultural Tulio Schargel, de 50 anos, pai de um aluno de 15 anos do 1.º ano do ensino médio, disse que a princípio apoiava o movimento dos alunos, mas afirmou não conseguir entender a motivação da ocupação.
"Eles estavam certos em lutar pela merenda, era uma reivindicação justa e conseguiram. Mas, agora, parecem não entender a complexidade dos problemas e querem resolver tudo imediatamente", afirmou ele, que também participa da Associação de Pais e Mestres (APM).
Na quarta, segundo o Paula Souza, além da Etesp, outras 12 Etecs permaneciam ocupadas por estudantes. "Em algumas unidades, como Basilides de Godoy e Pirituba, também têm sido registrados conflitos entre ocupantes e alunos que querem ter aulas", disse o Centro.
Os estudantes também ocupam três escolas estaduais e duas diretorias regionais de ensino (Centro-Oeste, na capital, e uma em Guarulhos). Eles afirmam que não vão recuar porque querem melhorias na merenda servida em todas as escolas públicas estaduais.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.