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Os senadores que podem mudar a votação final do impeachment

A Operação Lava Jato pode ser a chave de mudança no jogo do Impeachment da presidente Dilma

Senador Romário: últimas gravações envolvendo ministros de Temer fez com que alguns senadores que votaram pela admissibilidade do processo estejam pensando em mudar de opinião (Marcos Oliveira/ Agência Senado)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2016 às 18h21.

A Operação Lava Jato pode ser a chave de mudança no jogo do Impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

As últimas gravações envolvendo ministros do presidente em exercício Michel Temer fez com que alguns senadores que votaram pela admissibilidade do processo estejam pensando em mudar de opinião. A margem é apertada para ambos os lados.

No último dia 11 de maio, Dilma foi afastada com o apoio de 55 senadores, e para a cassação definitiva são necessários 54 votos.

Quem pode mudar esse placar são os senadores que afirmaram não ter opinião formada sobre o mérito das acusações contra a petista e querem esperar o que ainda pode acontecer no cenário político no Brasil. Dilma e os apoiadores de Michel Temer também disputam os votos dos políticos que não compareceram no dia 11 de maio.

A principal incógnita será o voto do senador Jader Barbalho (PMDB-PA). Jader era um dos poucos apoiadores da petista até o afastamento e, por conta de problemas de saúde, não foi ao Senado na votação. Essa ausência contou como um voto a favor da presidente afastada. O filho de Jader, Helder Barbalho, tomou posse como ministro da Integração Nacional de Temer. E é nessa nomeação que a dúvida impera: Jader vai continuar apoiando Dilma ou deve optar pelo filho e um novo governo?

Outro voto que vai ser determinante para definir o futuro do Brasil até 2018 será o de Renan Calheiros. Envolvido nas últimas gravações do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, Renan não votou na sessão no dia 11 de maio, pois era o presidente do Senado e preferiu "não interferir no processo", segundo ele.

Renan tem mantido essa posição nas últimas semanas, mas os aliados de Michel Temer tem pressionado para uma mudança de postura, já que o presidente do Supremo Tribunal Federa (STF), Ricardo Lewandowski, vai presidir a sessão definitiva do Impeachment.

Segundo fontes do PMDB, Renan deve esperar até o último minuto para avaliar como deve estar a situação do governo Temer, assim como sua própria imagem política - que ficou ainda mais arranhada com as gravações de Machado.

Nas esperanças petistas, uma das mais decisivas é o voto do senador Cristóvam Buarque. Ex-PDT e PT, Cristóvam fez um dos discursos mais marcantes na votação do último dia 11, afirmando que a esquerda havia mudado - de uma forma negativa. "Não fui eu que mudei, foi a esquerda que envelheceu".

Cristóvam Buarque tem deixado sua posição em aberto após os últimos escândalos do governo Temer. Em entrevista ao jornal O Globo, disse que vai analisar com cuidado sua posição.

"O julgamento é jurídico, mas tem o conjunto da obra da presidente Dilma, que não tem como não levar em conta. Quanto mais o tempo passa, porém, entra também em julgamento o conjunto da obra do governo Temer, que tem tido erros.

O sonho de Buarque, no entanto, é uma nova eleição geral no Brasil. Nas redes sociais, ele tem se posicionado pela cassação da chapa de Dilma e Temer, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

Mudança de votos

Dois senadores já admitiram a possibilidade de mudar os seus votos. Romário Faria (PSB-RJ) e Acir Gurgacz (PDT-RO), que votaram pela abertura do processo de impeachment, devem apoiar pela volta de Dilma Rousseff.

Romário alerta que os "novos fatos" do governo Temer não podem ser ignorados.

"Meu voto foi pela admissibilidade do impeachment, ou seja, pela continuidade da investigação para que pudéssemos saber se a presidente cometeu ou não crime de responsabilidade. Porém, assim como questões políticas influenciaram muitos votos na primeira votação, todos esses novos fatos políticos irão influenciar também. Meu voto final estará amparado em questões técnicas e no que for melhor para o país""

Já Acir Gurgacz prometeu ao seu partido que deve mudar sua posição. O anúncio foi feito pelo presidente do PDT, Carlos Lupi, que tem adotado uma postura forte aos políticos que foram contrários à determinação do partido - de votar contra o impeachmento. O Diretório Nacional do PDT tem expulsado ou afastado os deputados e senadores rebeldes.

Caso essa mudança se confirme, Dilma conseguiria evitar o Impeachment por apenas um voto - seriam 53 votos a favor, um a menos do que o necessário.

Outros dois senadores ainda têm suas situações indefinidas: o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), que era ministro de Minas e Energia de Dilma, disse que ainda não definiu seu voto. Essa também é a posição do senador Pedro Chaves (PSC-MS), que assumiu após a cassação de Delcídio Amaral.

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No último dia 11 de maio, Dilma foi afastada com o apoio de 55 senadores, e para a cassação definitiva são necessários 54 votos.

Quem pode mudar esse placar são os senadores que afirmaram não ter opinião formada sobre o mérito das acusações contra a petista e querem esperar o que ainda pode acontecer no cenário político no Brasil. Dilma e os apoiadores de Michel Temer também disputam os votos dos políticos que não compareceram no dia 11 de maio.

A principal incógnita será o voto do senador Jader Barbalho (PMDB-PA). Jader era um dos poucos apoiadores da petista até o afastamento e, por conta de problemas de saúde, não foi ao Senado na votação. Essa ausência contou como um voto a favor da presidente afastada. O filho de Jader, Helder Barbalho, tomou posse como ministro da Integração Nacional de Temer. E é nessa nomeação que a dúvida impera: Jader vai continuar apoiando Dilma ou deve optar pelo filho e um novo governo?

Outro voto que vai ser determinante para definir o futuro do Brasil até 2018 será o de Renan Calheiros. Envolvido nas últimas gravações do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, Renan não votou na sessão no dia 11 de maio, pois era o presidente do Senado e preferiu "não interferir no processo", segundo ele.

Renan tem mantido essa posição nas últimas semanas, mas os aliados de Michel Temer tem pressionado para uma mudança de postura, já que o presidente do Supremo Tribunal Federa (STF), Ricardo Lewandowski, vai presidir a sessão definitiva do Impeachment.

Segundo fontes do PMDB, Renan deve esperar até o último minuto para avaliar como deve estar a situação do governo Temer, assim como sua própria imagem política - que ficou ainda mais arranhada com as gravações de Machado.

Nas esperanças petistas, uma das mais decisivas é o voto do senador Cristóvam Buarque. Ex-PDT e PT, Cristóvam fez um dos discursos mais marcantes na votação do último dia 11, afirmando que a esquerda havia mudado - de uma forma negativa. "Não fui eu que mudei, foi a esquerda que envelheceu".

Cristóvam Buarque tem deixado sua posição em aberto após os últimos escândalos do governo Temer. Em entrevista ao jornal O Globo, disse que vai analisar com cuidado sua posição.

"O julgamento é jurídico, mas tem o conjunto da obra da presidente Dilma, que não tem como não levar em conta. Quanto mais o tempo passa, porém, entra também em julgamento o conjunto da obra do governo Temer, que tem tido erros.

O sonho de Buarque, no entanto, é uma nova eleição geral no Brasil. Nas redes sociais, ele tem se posicionado pela cassação da chapa de Dilma e Temer, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

Mudança de votos

Dois senadores já admitiram a possibilidade de mudar os seus votos. Romário Faria (PSB-RJ) e Acir Gurgacz (PDT-RO), que votaram pela abertura do processo de impeachment, devem apoiar pela volta de Dilma Rousseff.

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Já Acir Gurgacz prometeu ao seu partido que deve mudar sua posição. O anúncio foi feito pelo presidente do PDT, Carlos Lupi, que tem adotado uma postura forte aos políticos que foram contrários à determinação do partido - de votar contra o impeachmento. O Diretório Nacional do PDT tem expulsado ou afastado os deputados e senadores rebeldes.

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Outros dois senadores ainda têm suas situações indefinidas: o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), que era ministro de Minas e Energia de Dilma, disse que ainda não definiu seu voto. Essa também é a posição do senador Pedro Chaves (PSC-MS), que assumiu após a cassação de Delcídio Amaral.

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