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Os nomes revelados nos EUA

O acordo de leniência fechado entre a construtora Odebrecht e a petroquímica Braskem e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos se tornou público na noite de ontem. Mas, com tempo para que analistas se debruçassem sobre as 74 páginas do documento, hoje é que os detalhes apareceram. Apontado como o maior caso de suborno […]

SEDE DA ODEBRECH: Recuperação judicial do grupo preocupa bancos (Odebrecht/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 22 de dezembro de 2016 às 17h40.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h41.

O acordo de leniência fechado entre a construtora Odebrecht e a petroquímica Braskem e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos se tornou público na noite de ontem. Mas, com tempo para que analistas se debruçassem sobre as 74 páginas do documento, hoje é que os detalhes apareceram. Apontado como o maior caso de suborno da história e também o maior ressarcimento aos cofres públicos – de cerca de sete bilhões de reais –, os documentos trazem fatos ainda não revelados pelas delações premiadas da Lava-Jato. E reiteram o potencial de destruição das investigações.

Enquanto a Odebrecht focou em listar nomes de dentro da Petrobras, todos conhecidos das investigações, a Braskem abriu o leque. Dessa forma, os depoimentos dados pelos executivos da petroquímica têm um maior potencial explosivo. Eles apontam nove autoridades públicas que negociaram e receberam diretamente dinheiro ilícito. No acordo, são listados nove políticos sob os nomes de “Brazilian official”. De acordo com informações do site O Antagonista, com confirmações de EXAME Hoje, os políticos envolvidos são estes:

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Brazilian Official 1: O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi responsável por dar as ordens para que subordinados negociassem vantagens para a Braskem em troca de propinas que seriam pagas às campanhas políticas envolvendo o PT, inclusive a eleição de Dilma Rousseff, em 2010.

Brazilian Official 2: A ex-presidente Dilma Rousseff, que teria recebido 50 milhões de reais de financiamento para sua campanha de 2010. Um alto funcionário da Braskem, que fez o pagamento, disse à Justiça americana que sabia que o dinheiro não seria usado na campanha e seria repartido entre vários políticos após as eleições.

Brazilian Official 3: O ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, Antonio Palocci, recebeu 14 milhões de reais da Braskem. Em troca, ajudava a companhia a obter benefícios, como a aprovação da MP470, que parcelou o pagamento de crédito indevido que algumas companhias tinham de impostos.

Brazilian Official 4: O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi o responsável por fazer os pedidos de contribuição de campanha, que somaram 150 milhões de reais entre 2010 e 2014. Os pedidos eram escritos em papéis e entregues durante reuniões com executivos da petroquímica ou mesmo controladores do Grupo Odebrecht.

Brazilian Official 5: O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que era indicado pelo PT para o cargo e também foi o elo inicial da Lava-Jato.

Brazilian Official 6: O ex-deputado José Janene, já falecido. Assim como Paulo Roberto Costa, a investigação sobre Janene foi um dos pontos de partida da Lava-Jato. No acordo da Braskem, ele aparece, junto com Costa, como beneficiário de 12 milhões de reais em troca de convencer a Petrobras a vender matéria prima para a Braskem com preço abaixo do praticado no mercado.

Brazilian Official 7: O senador Romero Jucá, era o responsável por dar rápida tramitação no Congresso a projetos de lei ou medidas provisórias de interesse da petroquímica, sempre a mando do ex-ministro Guido Mantega.

Brazilian Official 8: O presidente do Senado, Renan Calheiros, ajudava na tramitação das medidas de interesse da companhia trazidas ao parlamento por Jucá.

Brazilian Official 9: A ex-governadora do Rio Grande do Sul Yeda Crusius, que recebeu 800.000 reais em duas campanhas em troca da manutenção de benefícios fiscais à companhia.

As investigações feitas pelos Estados Unidos podem ajudar no andamento de outras no Brasil. Alguns dos fatos relatados são investigados pela Lava-Jato, enquanto outros são tratados por outras operações. Como os envolvidos são cidadãos brasileiros, não podem ser extraditados para o exterior em caso de um improvável pedido de prisão feito pelo departamento americano, mas podem ficar impossibilitados de viajar ao exterior. Isso, claro, se o Ministério Público permitir. Um modelo de agilidade, discrição e transparência a Justiça Americana já deu.

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