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1 /18(Marcelo Camargo/Agência Brasil)
1º de janeiro:
Começa a rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus (AM). O confronto durou 17 horas e deixou ao menos 56 mortos. O massacre ocorreu por um confronto entre a facção Família Do Norte (FDN), que domina prisões do Amazonas, e o Primeiro Comando da Capital (PCC) em uma provável disputa por controle de território. Alguns corpos foram decapitados, queimados e mutilados.
No total, 225 detentos fugiram do complexo Anísio Jobim e do presídio vizinho, o Instituto Penal Antônio Trindade. .
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2 /18(Michael Dantas/Reuters)
2 de janeiro:
Mais quatro pessoas são mortas, dessa vez na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na Zona Leste de Manaus. No mesmo dia, o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, embarca para Manaus para se reunir com o governador do Amazonas, José Melo de Oliveira, e debater a situação dos presídios.
O governo do Amazonas pede ajuda ao governo federal para reforçar a segurança das unidades prisionais.
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3 /18(Ueslei Marcelino/Reuters)
3 de janeiro:
Líderes das rebeliões são transferidos para presídios federais. Apesar disso, Moraes afirma que a situação está “sob controle”.
O governo do estado também anuncia indenizar as famílias dos 56 presos mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj).
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4 /18(Ueslei Marcelino/Reuters)
4 de janeiro:
En entrevista à rádio CBN, o governador do Amazonas fez uma declaração polêmica ao dizer que “não tinha nenhum santo. Eram estupradores, matadores (...) e pessoas ligadas a outra facção, que é minoria aqui no Estado do Amazonas”. Primeiras vítimas são enterradas no Amazonas e 58 detentos foragidos são recapturados.
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5 /18(Marcelo Camargo/Agência Brasil)
5 de janeiro:
O presidente Michel Temer quebra o silêncio e fala pela primeira vez sobre a situação carcerária do Amazonas: “o acidente foi pavoroso e terrível”. A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Carmem Lúcia, também visita Manaus para tratar da crise penitenciária.
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6 /18(Google Maps/Reprodução)
6 de janeiro: Durante a madrugada, rebelião deixa 33 presidiários mortos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), na zona sul de Boa Vista, capital de Roraima. Três das vítimas teriam sido decapitadas, e sete teriam tido os corpos queimados em uma grande fogueira no pátio da unidade.
A ONG Human Rights Watch declarou no mesmo dia que os massacres no Brasil demonstram mais uma vez a falta de controle das autoridades sobre o que acontece dentro dos presídios.
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7 /18(Ueslei Marcelino/Reuters)
8 de janeiro:
Rebelião na na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, no centro de Manaus (AM), deixa 4 mortos.
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8 /18(Reuters/Reuters)
9 de janeiro:
Amazonas e Roraima pedem ajuda da Força Nacional de Segurança para conter rebeliões.
Após os massacres, o Estado de Mato Grosso entra em alerta máximo e consegue ajuda federal para evitar novos conflitos entre presos.
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9 /18(/Reuters)
10 de janeiro:
O governo federal autoriza envio de 100 homens da Força Nacional de Segurança para Manaus e outros 100 para Roraima.
O diretor-interino do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, José Carvalho da Silva, é afastado do cargo depois de ser acusado por dois detentos de receber dinheiro da facção Família do Norte para facilitar fugas e a entrada de drogas, armas e celulares na unidade prisional.
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10 /18(Jose Cruz/Agência Brasil)
11 de janeiro:
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, convoca uma reunião com os presidentes dos 27 Tribunais de Justiça do país para a crise do sistema penitenciário
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11 /18(SEAP/AM/Divulgação)
13 de janeiro:
O secretário de Administração Penitenciária do Estado do Amazonas, Pedro Florêncio Filho, pede exoneração do cargo e assume o tenente coronel Cleitman Rabelo Coelho, comandante do Policiamento Especializado (CPE).
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12 /18(Ueslei Marcelino/Reuters)
14 de janeiro:
Motim deixa 26 presos mortos na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia da Floresta, na região metropolitana de Natal (RN). De acordo com o governo, a rebelião começou após uma briga entre presos de dois diferentes pavilhões. Para conter o conflito, o Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) foi acionado em uma operação de retomada e controle da unidade prisional.
Enquanto isso, em Curitiba, ao menos 23 detentos fugiram do Complexo Penitenciário de Piraquara. Outros dois foram mortos em confronto com policiais do Paraná.
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13 /18(Reprodução Google Street View)
15 de janeiro:
Em Minas Gerais, dez detentos fogem do Presídio Regional de Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
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14 /18(Josemar Goncalves/Reuters)
16 de janeiro:
Apontados como líderes da rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, cinco detentos foram transferidos após entrada das forças de segurança no presídio.
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15 /18(/Reuters)
17 de janeiro:
Detentos do presídio de Alcaçuz, na grande Natal, voltaram a se rebelar. De acordo com a Polícia Militar do Rio Grande do Norte, homens do batalhão de choque e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) agem dentro do presídio para conter a rebelião.
No mesmo dia, o governador do estado, Robinson Faria, afirma que a situação está sob controle. O governo federal autoriza a atuação das Forças Armadas nos presídios para fazer inspeção de materiais considerados proibidos e reforçar a segurança nas unidades.
Os agentes penitenciários e policiais civis do Rio de Janeiro dão início a uma paralisação devido ao atraso no salário de dezembro e do 13º.
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16 /18(Josemar Goncalves/Reuters)
18 de janeiro:
Entre a tarde de quarta-feira (18) e a madrugada de quinta-feira (19), o estado do Rio Grande do Norte registra 28 ataques por retaliação à transferência de presos da Penitenciária de Alcaçuz. Um detento foi morto na Penitenciária Estadual do Seridó, conhecida como Pereirão na cidade de Caicó, e outros sete ficaram feridos.
Em entrevista coletiva em Brasília, ministro Raul Jungmann (Defesa) afirma que o governo federal vai disponibilizar, em um primeiro momento, mil homens das Forças Armadas para atuar em presídios estaduais em resposta à demanda dos estados. O orçamento inicial para a operação é de 10 milhões de reais.
No total, 220 internos ligados ao Sindicato do Crime do RN (SDC) são retirados de Alcaçuz.
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17 /18
19 de janeiro:
A rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal chega ao sexto dia. Durante a manhã, detentos voltaram ao telhado de ao menos três pavilhões da unidade. No pátio, os presos travaram uma espécie de batalha campal.
A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) do Rio de Janeiro informa que nos primeiros 19 dias do ano 17 detentos morreram nas 50 unidades do sistema penitenciário do estado.
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18 /18PM constrói muro para separar facções rivais no presídio de Alcaçuz(Nacho Doce/Reuters)