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4 sustos nas eleições que as pesquisas não previram

Que as pesquisas não são infalíveis, todo mundo sabe. Mas ainda causa surpresa quando candidatos bem cotados levam um choque de realidade nas urnas. Confira onde isso ocorreu

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2012 às 18h50.

São Paulo – O ato de votar, símbolo máximo da democracia, ainda permite algumas surpresas no Brasil. Quando não por resultados invisíveis às famosas margens de erro das pesquisas - normalmente de 2 pontos percentuais - a causa é o comportamento instável do eleitor brasileiro.

Nessas eleições municipais, candidatos e eleitores em Salvador, Florianópolis, Curitiba e São Paulo aprenderam, se já não sabiam, que devem ser esperados alguns sustos quando começa a apuração das urnas.

1 - Curitiba (PR)

Curitiba é a prova mais gritante que não prever resultados com segurança faz parte do trabalho dos institutos de pesquisas eleitorais.

Nem o levantamento de boca de urna - realizado após o fim das votações e com boa fama de conseguir antecipar o resultado oficial - tirou o atual prefeito, Luciano Ducci, do segundo turno. E a vantagem que lhe foi dada estava além da margem de erro.

Logo no começo das apurações das urnas, no entanto, Gustavo Fruet (PDT) - que já foi do PSDB e membro empenhado da CPMI dos Correios, que investigou o mensalão – apareceu em segundo e de lá não arredou o pé, azedando as intenções de Ducci de seguir para a segunda etapa do embate.

    Ratinho Júnior (PSC) Luciano Ducci (PSB) Gustavo Fruet (PDT)
Ibope 21 a 23 de agosto 27 23 21
Datafolha 10 e 11 de setembro 32 26 16
Datafolha 5 e 6 de outubro 34 24 21
BOCA DE URNA IBOPE 7 de outubro 34 (1º lugar) 29 (2º lugar) 24
RESULTADO 7 de outubro 34 (1º lugar) 26,7 27,2 (2º lugar)

2 - São Paulo 

Neste caso, mais do que as pesquisas, foi o comportamento do eleitorado que tornou o pleito na capital paulista uma surpresa geral. Desta vez, no entanto, a boca de urna fez jus ao resultado oficial.

As pesquisas de até 3 dias antes da votação ainda indicavam o favoritismo de Celso Russomanno, mas sem a folga que ele mantinha desde que passou a liderar as pesquisas, na segunda quinzena de agosto. A questão era, portanto, quem o enfrentaria no segundo turno.

Mas os adversários acordaram e começaram a criticar o candidato em diversas frentes. Uma pesquisa do Datafolha divulgada no dia da eleição ainda o colocava no segundo turno. É por isso que a passagem de Haddad para a votação de 28 de outubro teve gosto de vitória.

    Celso Russomanno (PRB) José Serra (PSDB) Fernando Haddad (PT)
Datafolha 3 e 4 de setembro 35 (1º lugar) 21 (2º lugar) 16
Ibope 4 a 6 de outubro 22 22 22
Datafolha 5 e 6 de outubro 23 24 20
BOCA DE URNA IBOPE 7 de outubro 23 30 29
RESULTADO 7 de outubro 21,6 30,7 (1º lugar) 29,9 (2º lugar)

3 - Salvador (BA)

Pode até não ter alterado o resultado de quem foi para o segundo turno, mas em Salvador, contra todas as pesquisas, inclusive a boca de urna, o carlismo - na figura de ACM Neto - saiu a frente do PT de Nelson Pelegrino.

Desde a segunda quinzena de setembro o petista aparecia em primeiro lugar, o que acabou não se confirmando na prática.

    Nelson Pelegrino (PT) ACM Neto (DEM) Mário Kértesz (PMDB)
Vox Populli 25 a 27 de agosto 18 41  5
Ibope 24 a 26 de setembro 34  31  7
Ibope 4 a 6 de outubro 34 29 7
BOCA DE URNA IBOPE 7 de outubro 43 (1º lugar) 36 (2º lugar) 10
RESULTADO 7 de outubro 39,73 (2º lugar) 40,1 (1º lugar) 9,4

4 - Florianópolis (SC)

"Embora atrás nas pesquisas, sempre acreditamos que podíamos chegar no segundo turno”. A frase, do peemedebista Gean Loureiro, deve ter sido ensaiada por vários candidatos que apareciam em terceiro lugar nas pesquisas e sonhavam com a chance de chegar ao segundo turno nas capitais.

No caso de Gean, o sonho virou realidade e ele, sempre atrás de Ângela Albino, superou-a no final. Ângela foi, assim, mais uma vítima de expectativas não concretizadas nas pesquisas de intenções de votos.

    César Souza Júnior (PSD) Ângela Albino (PC do B) Gean Loureiro (PMDB)
Ibope 28 a 30 de agosto 33  28  12
Mapa 25 e 26 de setembro 35 28 20
Ibope 3 e 4 de outubro 34 (1º lugar) 23 (2º lugar) 20
RESULTADO 7 de outubro 31,6 (1º lugar) 25 27,3 (2º lugar)
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