Os 19 fatos mais marcantes de 2012 no Brasil
Das notícias boas às ruins, confira os momentos mais importantes de 2012 na política e no cotidiano do país
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2012 às 06h56.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h11.
O ministro relator do processo do mensalão se tornou o personagem público do ano: travou discussões fortes com os colegas durante o julgamento, virou símbolo de combate a corrupção e já tem até máscara de carnaval. Na internet, uma imagem dele como "Batman" se tornou famosa. Coroando o grande momento vivido pelo ministro, desde novembro Joaquim Barbosa também entrou para a história como o primeiro presidente negro do Supremo Tribunal Federal. Leia mais sobre o STF.
O julgamento do mensalão não foi importante só por ter sido o maior da história do Supremo Tribunal Federal , mas por ter acabado com o ceticismo dos brasileiros ao mostrar que sim, poderosos também são condenados neste país. Réus como José Dirceu e Marcos Valério, por exemplo, começarão a cumprir a pena de prisão em regime fechado. Não por menos, o mensalão foi notícia em todo o mundo. Leia mais sobre o julgamento do mensalão
O ano de 2012 foi o ano da institucionalização das cotas no Brasil. Em agosto, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que prevê que as universidades públicas e os institutos técnicos federais reservem, no mínimo, 50% das vagas para estudantes que tenham cursado todo o ensino médio em escolas da rede pública, com distribuição das vagas entre negros, pardos ou indígenas. A proposta, que dividiu os especialistas, já começa a valer a partir de 2013 com efeito escalonado até 2016. Mas 2012 foi também o ano das cotas porque o Supremo Tribunal Federal considerou constitucional o sistema de seleção étnico-racial adotado pela Universidade de Brasília desde 2004, encerrando o debate do ponto de vista da legalidade. Leia mais sobre cotas
As Olimpíadas foram em Londres, mas o Brasil teve um bom naco da cerimônia de encerramento para mostrar a cultura do país. A apresentação brasileira contou até com Marisa Monte cantando as Bachianas nº 5, de Villa-Lobos. Já na perfomance esportiva, o Brasil esperava mais na prévia de 2016, embora nunca tenha se saído melhor: 17 medalhas no total, sendo três de ouro, ficando na 22º posição entre os países. Leia mais sobre as Olimpíadas
Fim de um império: depois de 23 anos como presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira renunciou ao cargo. O dirigente já havia se afastado por motivos de saúde, mas o final da sua presidência foi conturbada por manifestações públicas contra Teixeira, acusado de cobrança de propina, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. Leia mais sobre a CBF
Em 2012, finalmente o Brasil viu valer a lei de iniciativa popular que obteve a assinatura de mais de 1,3 milhão de brasileiros e foi sancionada havia dois anos. Em fevereiro, o STF votou pela constitucionalidade da lei, que barra a candidatura de candidatos condenados pela Justiça em decisões colegiadas ou que renunciaram ao cargo para evitar cassação. Embora não haja levantamento oficial, sabe-se que o número de candidatos barrados pelos tribunais eleitorais neste ano chegou na casa de centenas. Leia mais sobre a Lei da Ficha Limpa.
Em agosto, o governo Dilma sofreu uma de suas maiores crises: mais de 30 categorias do setor público federal entraram em greve em busca de reajuste salarial. A greve chegou a gerar transtornos como falta de medicamentos e filas em aeroportos. Entre os grevistas, estava também o alto funcionalismo público. Desta vez, no entanto, os servidores, acostumados a aumentos graúdos no governo Lula, tiveram de se contentar com um reajuste de 15,8% dado em 3 anos. Somente os professores federais tiveram oferta diferenciada em época de freio nos gastos e economia fraca. Leia mais sobre funcionalismo público
Não por acaso, pouco antes do Carnaval, em fevereiro, a segurança pública em Salvador parou. Os policiais militares entraram em greve reivindicando melhores salários e aprovação do plano de carreira. A cidade sofreu com aumento de ocorrências criminosas. A paralisação não foi exatamente pacífica: a suspeita é que PMs estejam por trás de mais de 30 execuções ocorridas no período, feitas para pressionar o governo. A Assembleia Legislativa foi invadida pelos grevistas e cercada pelo Exército, chamado para garantir a segurança da cidade. Vale lembrar que, no país, militares não podem fazer greve. Leia mais sobre a Polícia Militar
Por 8 votos a 2, no dia 12 de abril de 2012, o Supremo Tribunal Federal decidiu que mulheres que escolhessem abortar fetos anencéfalos (sem cérebro) teriam direito de fazê-lo sem serem consideradas criminosas. Leia mais sobre direitos e conquistas das mulheres
Pela primeira vez, uma mulher assumiu um dos maiores cargos da Marinha brasileira. A Capitã-de-Mar-e-Guerra, Dalva Maria Carvalho Mendes, foi oficialmente promovida, em novembro, a contra-almirante. A promoção foi concedida pela presidente Dilma. Leia mais sobre mulheres e seus direitos
Carlinhos Cachoeira foi sem dúvida o grande personagem dos escândalos do ano: primeiro, foi por ter ligações com ele que o Brasil teve seu segundo senador cassado na história (Demóstenes Torres); segundo, porque três governadores - Marconi Perillo (PSDB), Sérgio Cabral (PMDB) e Agnelo Queiroz (PT) - temeram pelos seus mandatos e tiveram que dar explicações sobre o envolvimento com o bicheiro. Cachoeira permaneceu a maior parte do ano preso. Demorou até conseguir um habeas corpus no fim de novembro, só para ser preso novamente 15 dias depois. Para completar, uma CPI com seu nome acabou sem nenhum indiciado.
Um dos personagens a emergir vitorioso destas eleições foi o governador de Pernambuco, Eduardo Campos . O presidente do PSB - o partido que mais cresceu em termos de prefeituras, 42% - se cacifou para uma de suas pretensões, o Palácio do Planalto, ao conseguir mostrar que pode derrotar o PT. Em Recife e Belo Horizonte, duas cidades com candidatos apoiados por Lula, venceram os pessebistas. Leia mais sobre as eleições de 2012
Com enorme expectativa, o Brasil sediou a Conferência do Clima da ONU 20 anos após a histórica Rio92. O saldo é difícil de ser mensurado, mas é fato que, ações concretas mesmo ficaram todas para o futuro. Também não foi dessa vez que os países chegaram a um acordo sobre o Fundo Verde, isto é, como compensar financeiramente as nações pobres que se empenharem no desenvolvimento sustentável. De qualquer forma, ao menos politicamente, e sem problemas relevantes na organização, o Brasil saiu fortalecido da Conferência. Leia mais sobre a Rio+20