Orlando Silva é o 6º ministro a deixar o governo Dilma
Com exceção de Nelson Jobim, os outros cinco ministros saíram após denúncias de irregularidades
Orlando Silva sai do Ministério do Esporte (Valter Campanato/ABr)
Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2012 às 20h42.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h30.
1. Orlando Silva sai do Ministério do Esportezoom_out_map
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São Paulo* - Orlando Silva não suportou a onda de denúncias de corrupção no Ministério do Esporte e deixou o cargo nesta quarta-feira. Filiado ao PCdoB, ele é o sexto ministro a sair do governo Dilma. Reportagem da revista Veja trouxe a denúncia de um Policial Militar, que já foi militante do PCdoB, sobre um esquema de desvio de verba pública envolvendo programas do Ministério do Esporte. Teria havido, inclusive, distribuição de dinheiro na garagem do ministério. A presidente Dilma Rousseff escolheu o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para assumir a pasta. * matéria atualizada no dia 27 de outubro, às 12h56
São Paulo – Pedro Novais, do Turismo, foi o quinto ministro do governo Dilma a deixar o cargo. Ele pediu demissão no dia 14 de setembro após denúncias de irregularidades apresentadas pela Folha de S. Paulo. Em uma das reportagens, Novais era acusado de pagar com dinheiro público o salário de sua governanta. Ele tentou contornar a situação e chegou a declarar que se tratava de uma secretária para assuntos oficiais. Outra notícia mostrava que a mulher do ministro usava regularmente um funcionário da Câmara dos Deputados como motorista particular. Em seu lugar, a presidente Dilma Rousseff nomeou o deputado federal Gastão Vieira (PMDB-MA), que tomou posse no dia 16 de setembro.
São Paulo - No dia 17 de agosto, quem dançou foi o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que saiu levando consigo uma coleção de denúncias. Foi acusado por Oscar Jucá Neto, ex-funcionário da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de envolvimento em acertos ilegais entre o ministério e empresas. Reportagem da revista Veja revelou ainda que o lobista Júlio Fróes atuava em uma sala do prédio do ministério, intermediando negócios e licitações para defender os interesses de empresas nos contratos. Rossi também foi acusado de receber propina em uma licitação. Finalmente, uma reportagem do jornal Correio Braziliense afirmou que o ministro usou algumas vezes o jatinho de uma empresa privada. No dia 23 de agosto, o deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS) substituiu Rossi, o quarto ministro a cair.
São Paulo - Nelson Jobim, da Defesa, pediu demissão de seu cargo no dia 4 de agosto. Ele foi o único que não saiu do governo por causa de denúncias de irregularidades. A atuação de Jobim já estava bastante desgastada, dada uma série de declarações polêmicas do ministro e reclamações sobre seus colegas e parlamentares. Um exemplo é a confissão de que ele havia votado em José Serra nas eleições presidenciais. Outro evento que tornou a situação de Jobim ainda mais desconfortável foi o de homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Na ocasião, durante seu discurso, Jobim citou o dramaturgo Nelson Rodrigues ao afirmar que, antigamente, “os idiotas chegavam devagar e ficavam quietos”, enquanto hoje “eles perderam a modéstia e é preciso tolerá-los”. A fala foi interpretada pelo governo como um recado. Jobim, o terceiro ministro a deixar o governo Dilma, foi substituído pelo ministro das Relações Exteriores de Lula, Celso Amorim.
5. Alfredo Nascimento, o 2º ministro a cairzoom_out_map
5/5(Agência Brasil)
São Paulo - Alfredo Nascimento, ministro dos Transportes, protagonizou uma das principais crises do governo Dilma. A tensão começou depois de denúncias sobre um suposto esquema de superfaturamento em obras. O escândalo envolvia servidores públicos e a cúpula do ministério. Poucos dias depois da reportagem da revista Veja, o jornal O Globo publicou nova denúncia, desta vez, envolvendo o filho do ministro. Segundo o jornal, o arquiteto Gustavo Morais Pereira, de 27 anos, era suspeito de enriquecimento ilícito. O patrimônio de uma de suas empresas cresceu 86.500% em apenas dois anos. Nascimento, o segundo ministro a cair, deixou a pasta no dia 6 de julho e foi substituído pelo economista Paulo Sérgio Passos, que era secretário executivo do ministério e assumiu o cargo no dia 12 de julho.