Exame Logo

Opositor boliviano em embaixada brasileira critica Morales

Roger Pinto afirmou nesta segunda-feira que o presidente Evo Morales, ao negar um salvo-conduto para garantir sua transferência ao Brasil, comete um "abuso" de poder

O senador boliviano opositor de Evo Morales Roger Pinto: Desde que Morales chegou ao poder em 2006 dezenas de dirigentes da oposição já buscaram refúgio no Brasil (©AFP / Jorge Bernal)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2012 às 19h33.

La Paz - O senador opositor boliviano Roger Pinto, refugiado há dois meses na embaixada brasileira em La Paz, afirmou nesta segunda-feira que o presidente Evo Morales, ao negar um salvo-conduto para garantir sua transferência ao Brasil, comete um "abuso" de poder.

"Pode me negar um salvo-conduto e, com isso, me privar da liberdade de movimento, mas não poderá me impedir de ser autenticamente livre (...) O senhor presidente abusa do poder, mas deve saber que há coisas muito mais importantes que não poderá conseguir mesmo com toda sua força", assinala a carta que o senador opositor enviou hoje a Morales e acabou sendo divulgada pela oposição.

O Brasil concedeu asilo político ao parlamentar, que está refugiado na embaixada brasileira desde 28 de maio, mas o Governo boliviano alega que não pode dar um salvo-conduto para o senador deixar a Bolívia porque possui diversos processos judiciais em andamento.

Em carta, o senador voltou a alegar que é "perseguido" pelo governo boliviano por ter denunciado casos de corrupção e vínculos de funcionários governamentais com o tráfico de drogas.

Segundo Pinto, "o Estado vive uma quebra moral e ética" e, por isso, vários bolivianos tiveram que se refugiar em países vizinhos "pelo crime de pensar diferente", sendo que outros encontram-se em prisões sem sentença, enquanto criminosos estrangeiros sentenciados vivem livremente e, muitas vezes, protegidos em nosso solo".

O opositor propôs a Morales uma "agenda inadiável" que inclua a adoção de uma política contra o tráfico e a delinquência e "anistia" para os "perseguidos políticos".

O caso do senador chegou a causar certa tensão nas relações bilaterais após o embaixador brasileiro Marcel Biato, segundo a imprensa local, ter defendido o pedido de salvo-conduto do senador para evitar problemas maiores e mais delicados.

Em resposta, a ministra de Comunicação, Amanda Dávila, deplorou a suposta "pressão" feita por Biato, que ainda foi acusado de assumir um papel "de porta-voz político" de Pinto.

Neste sentido, o deputado governista Roberto Rojas declarou hoje que "a embaixada do Brasil parece ter se transformado em uma carceragem para anti-sociais" e que Biato "é defensor do senador Pinto".

Desde que Morales chegou ao poder em 2006 dezenas de dirigentes da oposição já buscaram refúgio no Brasil, Paraguai, Estados Unidos, Peru e Espanha, entre outros países, após acusá-lo de perseguição política e argumentando que não teriam um julgamento justo na Bolívia, que, segundo eles, não possui uma justiça confiável.

Por outro lado, pelo menos 654 refugiados políticos vivem na Bolívia, segundo o chefe de missão da Organização Internacional para Migrações (OIM), Walter Arce, citada pela agência local "Gaia".

Veja também

La Paz - O senador opositor boliviano Roger Pinto, refugiado há dois meses na embaixada brasileira em La Paz, afirmou nesta segunda-feira que o presidente Evo Morales, ao negar um salvo-conduto para garantir sua transferência ao Brasil, comete um "abuso" de poder.

"Pode me negar um salvo-conduto e, com isso, me privar da liberdade de movimento, mas não poderá me impedir de ser autenticamente livre (...) O senhor presidente abusa do poder, mas deve saber que há coisas muito mais importantes que não poderá conseguir mesmo com toda sua força", assinala a carta que o senador opositor enviou hoje a Morales e acabou sendo divulgada pela oposição.

O Brasil concedeu asilo político ao parlamentar, que está refugiado na embaixada brasileira desde 28 de maio, mas o Governo boliviano alega que não pode dar um salvo-conduto para o senador deixar a Bolívia porque possui diversos processos judiciais em andamento.

Em carta, o senador voltou a alegar que é "perseguido" pelo governo boliviano por ter denunciado casos de corrupção e vínculos de funcionários governamentais com o tráfico de drogas.

Segundo Pinto, "o Estado vive uma quebra moral e ética" e, por isso, vários bolivianos tiveram que se refugiar em países vizinhos "pelo crime de pensar diferente", sendo que outros encontram-se em prisões sem sentença, enquanto criminosos estrangeiros sentenciados vivem livremente e, muitas vezes, protegidos em nosso solo".

O opositor propôs a Morales uma "agenda inadiável" que inclua a adoção de uma política contra o tráfico e a delinquência e "anistia" para os "perseguidos políticos".

O caso do senador chegou a causar certa tensão nas relações bilaterais após o embaixador brasileiro Marcel Biato, segundo a imprensa local, ter defendido o pedido de salvo-conduto do senador para evitar problemas maiores e mais delicados.

Em resposta, a ministra de Comunicação, Amanda Dávila, deplorou a suposta "pressão" feita por Biato, que ainda foi acusado de assumir um papel "de porta-voz político" de Pinto.

Neste sentido, o deputado governista Roberto Rojas declarou hoje que "a embaixada do Brasil parece ter se transformado em uma carceragem para anti-sociais" e que Biato "é defensor do senador Pinto".

Desde que Morales chegou ao poder em 2006 dezenas de dirigentes da oposição já buscaram refúgio no Brasil, Paraguai, Estados Unidos, Peru e Espanha, entre outros países, após acusá-lo de perseguição política e argumentando que não teriam um julgamento justo na Bolívia, que, segundo eles, não possui uma justiça confiável.

Por outro lado, pelo menos 654 refugiados políticos vivem na Bolívia, segundo o chefe de missão da Organização Internacional para Migrações (OIM), Walter Arce, citada pela agência local "Gaia".

Acompanhe tudo sobre:América LatinaBolíviaEvo MoralesItamaratyMinistério das Relações ExterioresPolíticaPolíticos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame