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Operador de propinas do PMDB é alvo da Arquivo X

O lobista João Augusto Henriques recebeu valores do suposto esquema de corrupção no contrato de US$ 922 mi para construção de módulos de plataformas de petróleo


	Polícia Federal: um dos elos investigados do operador é com o presidente da Câmara dos Deputados cassado, Eduardo Cunha
 (Marcelo Camargo / Agência Brasil)

Polícia Federal: um dos elos investigados do operador é com o presidente da Câmara dos Deputados cassado, Eduardo Cunha (Marcelo Camargo / Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2016 às 13h14.

São Paulo - A 34ª fase da Operação Lava Jato, que levou para a cadeia o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega (governo Dilma Rousseff), tem como alvos dos supostos pagamentos de propina não só o PT, mas também o PMDB.

O lobista João Augusto Henriques, ligado ao partido e ex-Petrobras, recebeu valores do suposto esquema de corrupção no contrato de US$ 922 milhões para construção de módulos das plataformas de exploração de petróleo P-67 e P-60.

A Operação Arquivo X, nome dado à 34ª fase, identificou três fontes de corrupção que movimentaram pelo menos R$ 13,4 milhões e mais US$ 2,35 milhões - pagos pelo Consórcio Integra Offshore, formado pela Mendes Junior e pela OSX Construção Naval.

Os valores foram pelo contratos assinado em 2012, com a Petrobras.

Segundo o procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Lava Jato, a primeira vertente envolve o operador de propinas do PMDB João Augusto Henriques, já condenado pelo juiz federal Sérgio Moro.

Henriques teria recebido R$ 7,4 milhões e supostamente repassado ao partido. Um dos elos investigados do operador é com o presidente da Câmara dos Deputados cassado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os valores foram repassados entre fevereiro e dezembro de 2013, segundo o pedido de prisões e buscas da Arquivo X.

O ex-executivo da Petrobras Eduardo Musa havia confessado, em delação premiada, o repasse de propinas para o operador do PMDB.

A Lava Jato anexou a delação do ex-gerente da estatal que virou também executivo da Sete Brasil - empresa criada pela Petrobras com bancos e investimento de fundos de pensão federal para contratar a construção de plataformas para o pré-sal, a partir de 2011.

PT

A segunda e terceira vertentes dos pagamentos suspeitos nos contratos das plataformas P-67 e P-70 teriam beneficiado o PT: via repasses ao ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula), ao ex-deputado André Vargas (ex-PT) e para o marqueteiro do partido João Santana - das campanhas de Dilma, em 2014 e 2010, e Luiz Inácio Lula da Silva, 2006.

O procurador da Lava Jato afirmou que as investigações trabalham com a hipótese de que os valores repassados a Santana foram por dívidas da campanha presidencial de 2010. A segunda vertente apura que Dirceu e Vargas podem ter recebido R$ 6 milhões do Consórcio Integra - e suas empresas.

A terceira frente se refere ao pedido de R$ 5 milhões que o ex-ministro Guido Mantega teria feito a Eike Batista - o empresário afirma ter repassado um total de US$ 2,35 milhões para uma conta do publicitário João Santana e sua mulher Mônica Moura, marqueteiros das campanhas presidenciais de Lula e Dilma Rousseff.

Os investigadores suspeitam que as dívidas eram relativas à campanha que elegeu Dilma pela primeira vez, em 2010.

O que leva os investigadores a acreditarem nessa hipótese é que Eike teria atendido o pedido de Mantega e depositou US$ 2,3 milhões em contas do casal João Santana e Mônica Moura, marqueteiros de Lula e Dilma.

"Esta é a terceira vertente da corrupção, que envolve Guido Mantega. Se refere a um pedido feito por ele para o empresário Eike Batista de pagamento de cinco milhões de reais para quitação de dívidas de campanha", afirma o procurador.

O encontro, segundo a investigação, ocorreu pouco antes da liberação do primeiro pagamento das obras em plataformas da Petrobras para o Consórcio Integra Offshore, do qual a OSX, de Eike, fazia parte. A liberação ocorreu no dia 29 de novembro de 2012. A "doação" de Eike, em abril de 2013.

"A combinação passou pela operacionalização desses valores no exterior, mediante contrato por objeto falso entre empresa de Eike e empresa do casal Santana. A operação foi especialmente montada por Mônica Moura para receber US$ 2,35 milhões pela conta da Shelbill (na Suíça)", afirma o procurador.

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