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Operação flagra trabalho escravo em canavial em Bauru

A operação prendeu também Emeterio Divino de Lima, 58 anos, apontado como responsável pela contratação dos cortadores

Canavial: apesar da diária de R$ 50, cada trabalhador recebia R$ 15 por dia após descontos (Daniela Toviansky/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2014 às 15h55.

Ribeirão Preto - Operação conjunta do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Rodoviária Federal libertou nove trabalhadores em condições análogas à escravidão em um canavial na zona rural de Bauru (SP).

A operação prendeu também Emeterio Divino de Lima, 58 anos, apontado como responsável pela contratação dos cortadores.

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Além das denúncias trabalhistas, Lima responderá por porte ilegal de arma e tráfico de entorpecentes, já que no caminhão dele foram encontradas duas armas sem registro, maconha e crack.

A operação, realizada na sexta-feira, 12, e divulgada nesta segunda-feira, 15, pelo MPT, ocorreu após denúncia enviada por um trabalhador ao sindicato dos trabalhadores rurais da cidade paulista.

Os procuradores Luís Henrique Rafael e Marcus Vinícius Gonçalves e a polícia precisaram arrombar o portão de uma fazenda onde estava a frente de trabalho e constataram as condições precárias.

Aos procuradores, os trabalhadores relataram ainda o desconto salarial relativo a bebidas alcoólicas, cigarros e drogas, segundo o MPT.

Apesar da diária de R$ 50, cada trabalhador recebia um total de R$ 15 por dia após os descontos e nenhum tinha registro na carteira de trabalho.

Os alojamentos dos trabalhadores ficavam em um sítio no distrito de Santa Isabel, na cidade de Arealva, a 41 quilômetros de Bauru.

Eles dormiam em quartos sem ventilação e sem iluminação, ao lado de botijões de gás e próximos a um chiqueiro, segundo apuraram fiscais do Ministério do Trabalho.

Os objetos apreendidos, incluindo o caminhão, foram encaminhados à sede da PF em Bauru. Uma audiência para as irregularidades trabalhistas ocorre nesta tarde.

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