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Operação apura propina para liberar créditos tributários da JBS

Operação da PF apura o pagamento de 160 milhões de reais para facilitar a liberação de créditos tributários à empresa pela Receita Federal

JBS: a PF estima que o total de créditos liberados a partir do esquema chegue a 2 bilhões de reais ao longo do período (JBS/Divulgação)
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Reuters

Publicado em 11 de dezembro de 2017 às 09h05.

Última atualização em 11 de dezembro de 2017 às 16h13.

São Paulo - A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira a operação Baixo Augusta, um desdobramento da Lava Jato baseado nas delações premiadas de executivos da JBS que apontam o pagamento de 160 milhões de reais em propina para facilitar a liberação pela Receita Federal de créditos tributários à empresa, informou a corporação.

De acordo com a PF, estão sendo cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em São Paulo e nas cidades de Caraguatatuba, Campos do Jordão, Cotia e Lins, todas localizadas no Estado de São Paulo.

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"As provas já colhidas no inquérito confirmam o relato de que um esquema de pagamento de propinas funcionava desde 2004 para agilizar a liberação de recursos que a companhia teria a receber do Fisco", disse a Polícia Federal em comunicado, acrescentando que as apurações identificaram a participação de um auditor-fiscal da Receita Federal, um empresário, um contador e um advogado falecido em 2016.

"Estima-se que o total de créditos tributários liberados à JBS a partir do esquema chegue a 2 bilhões de reais ao longo do período", acrescentou a PF.

Procurada, a JBS afirmou que, apesar da informação dada pela Polícia Federal, as delações foram feitas por executivos da J&F, holding que controla a JBS, e, em nota, disse que a companhia não é alvo da operação desta segunda-feira.

"Em relação à operação Baixo Augusta, a JBS esclarece que a empresa não é alvo da operação e que, conforme mencionado pelo Ministério Público Federal em nota divulgada hoje, os valores recebidos referem-se a créditos tributários legitimamente devidos à empresa", afirmou a companhia.

Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça Federal determinou o afastamento do auditor fiscal que estaria envolvido no caso, assim como o bloqueio de bens dos supostos beneficiados pelo esquema e de empresas a ele vinculadas.

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