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ONU vai ajudar a reduzir violência na região leste de SP

Projeto Segurança Humana tem também a participação do poder público e de ONGs do local

Um dos objetivos do projeto é diminuir a taxa de homicídios da região (Stock.Xchange)

Um dos objetivos do projeto é diminuir a taxa de homicídios da região (Stock.Xchange)

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Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2011 às 18h29.

São Paulo – Um projeto piloto da Organização das Nações Unidas (ONU) tem mobilizado o Poder Público e a população da região leste da capital paulista para o combate à violência. O Projeto Segurança Humana busca, desde 2008, integrar ações do governo e da sociedade organizada para ampliar o acesso aos direitos básicos pelos moradores da região de Itaquera e, com isso, reduzir os índices de criminalidade do local.

Dados da Fundação Seade mostram o número de mortes por agressão ou homicídio, na região da subprefeitura de Itaquera, registradas de 2000 a 2002, foi de 235,5 para cada 100 mil jovens. A região, onde vivem aproximadamente 525 mil pessoas, é também uma das áreas com maior vulnerabilidade social da capital paulista.

Para tentar mudar esse quadro, a ONU apostou na teoria do economista indiano Amartya Sen, vencedor do prêmio Nobel de Economia em 1998. Para o economista, o Estado precisa prover oportunidades econômicas, de educação e de saúde para que seus cidadãos exerçam sua cidadania. A partir disso, esses cidadãos podem se mobilizar e contribuir para o desenvolvimento do país.

Maria Adrião, uma das coordenadoras do Projeto Segurança Humana em Itaquera, contou que, baseadas na teoria de Amartya Sen, quatro agências da ONU procuraram organizações não governamentais (ONGs) e secretarias municipais em busca de parcerias para melhorar o atendimento da população e propagar a cultura da paz entre os habitantes.

Ciclo de palestras, oficinas e cursos foram promovidos tanto para os servidores públicos quanto para os moradores. Atualmente, segundo Maria Adrião, três hospitais municipais, 25 postos de saúde, 105 escolas e quase 100 mil pessoas são contempladas pelas ações do projeto. “Conseguimos aproximar a comunidade do Poder Público e iniciar uma mobilização considerável”, disse.

A organização não governamental Fala Negão/Fala Mulher foi uma das entidades que se envolveu no projeto. Segundo a coordenadora da ONG, Ana Célia Minuto, houve treinamento para a adesão ao projeto e, com isso, a atuação da organização ganhou mais visibilidade e importância.

Vinicius Balduíno também integra uma iniciativa de comunicação entre jovens de periferia apoiada pelo Projeto Segurança Humana. Depois do início do projeto, as ações da iniciativa foram multiplicadas e mais jovens de Itaquera passaram a produzir e compartilhar conteúdos educativos voltados para a população da região. “Sentimos uma mobilização maior”, afirmou. “Não é muita coisa, mas é o início de uma mudança que estamos sentindo.”

O Segurança Humana, agora, está em sua fase final de execução. Suas ações terminam em dezembro e, até lá, será feita uma avaliação da iniciativa. Se o projeto for bem sucedido, a intenção é levá-lo para outras cidades do país e do mundo.

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