Usina hidrelétrica: previsão para o nível operativo das hidrelétricas do Sudeste ao final deste mês passou de 28,2% estimados na semana passada para 29,1% (Santo Antonio/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 13 de março de 2015 às 16h19.
São Paulo - O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) voltou a elevar nesta sexta-feira a previsão para o nível dos reservatórios das hidrelétricas da região Sudeste em março em relação a estimativas da semana passada, enquanto reduziu a projeção para o crescimento da carga de eletricidade demandada pelo país este mês.
A previsão para o nível operativo das hidrelétricas do Sudeste ao final deste mês passou de 28,2 por cento estimados na semana passada para 29,1 por cento. Isso ocorreu diante de uma melhora nas previsões de chuvas sobre hidrelétricas da região em março, que passaram para 83 por cento da média histórica para o mês ante 69 por cento estimados inicialmente.
Enquanto isso, a estimativa para o crescimento anual da carga de energia no Sistema Interligado Nacional em março caiu de 2,9 para 2,4 por cento, apesar do mês neste ano ter mais dias úteis que em 2014. A revisão inclui uma expectativa de expansão de apenas 0,8 por cento na carga do Sudeste no período por causa do fraco nível de atividade do setor industrial, segundo o ONS.
Com o cenário, o Custo Marginal de Operação (CMO) -- valor que ajuda a compor o preço da eletricidade no mercado de curto prazo -- para a região Sudeste na próxima semana recuou. O valor passou a 1.130,44 reais o megawatt/hora ante 1.256,26 reais definidos para esta semana. Porém, para a região Nordeste houve aumento, a 759,12 reais ante 639,56 nesta semana.
Na véspera, fontes do governo federal ouvidas pela Reuters se mostraram mais otimistas sobre o quadro de abastecimento de energia do país neste ano, com uma delas afirmando "que estamos perto de poder afimar que estamos livres do racionamento" neste ano.
Consultores independentes, porém, afirmam que o governo tem sido excessivamente otimista. João Carlos Mello, da Thymos Consultoria, afirmou que o Sudeste teria de registrar chuvas em abril de 90 por cento da média de chuvas de longo prazo (MLT) para que se atingisse 33 por cento de nível de reservatórios estipulado pelo ONS como ponto a partir do qual seria possível atravessar o período seco e chegar ao final do ano com pelo menos 10 por cento dos reservatórios.
"Só dá para descartar o racionamento se chover naquelas proporções bíblicas, da época da Arca de Noé", afirmou durante evento na quinta-feira sobre os riscos do racionamento.
Segundo ele, sob o ponto de vista estritamente técnico, o racionamento deveria ser adotado. A Thymos sugere corte de 20 por cento a partir de junho. Mas ele não acredita que o governo federal adotará o mecanismo. "Racionamento virou palavra proibida", disse.