Ônibus são vandalizados durante greve no Rio
Rodoviários entrevistados pela reportagem contaram que se sentem explorados "como escravos"
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de junho de 2018 às 14h26.
Última atualização em 11 de junho de 2018 às 14h27.
Rio - Ônibus foram vandalizados durante a greve de rodoviários no Rio nesta segunda-feira, 11. Na Avenida Brasil, na altura de Manguinhos, na zona norte, perto da Fiocruz e também perto da Viação Real, pelo menos quatro coletivos tiveram os pneus dianteiros esvaziados para que não seguissem viagem.
BRTs também foram afetados. A concessionária do sistema informou que nove veículos articulados foram vandalizados. "No momento (por volta vdas 13h), todos os corredores (Transcarioca, Transoeste e Transolímpica) estão funcionando. Os intervalos ainda estão em processo de normalização", diz nota oficial.
No terminal Alvorada, na Barra, zona oeste, o movimento de pessoas é incomum para uma segunda-feira. Em Jacarepaguá, também na região oeste, coletivos passam lotados desde cedo. O sindicato da categoria foi chamado à prefeitura para negociar o fim da paralisação.
Rodoviários entrevistados pela reportagem em garagens contaram que se sentem explorados "como escravos". "A jornada é de sete horas, fazemos doze e não recebemos hora extra. Somos escravos do século 21", contou um motorista. "Meu salário foi parcelado em 23 vezes, mas minhas contas, não", contou outro, mostrando o contracheque.
"Quem não bate a meta de 300 passageiros leva 'gancho' (suspensão) da empresa. Tem o dia descontado e o vale refeição também. Nosso vale é o mais baixo e não recebemos mais cesta básica. Agora a prefeitura acertou o aumento das passagens (de R $ 3,60 para R $ 3,95) mas quem se dá bem é o dono da empresa, enquanto o funcionário e o passageiro sofrem", desabafou outro funcionário.