Crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas precisam de cuidados especiais durante uma onda de calor, alertam órgãos oficiais. (Rovena Rosa/Agência Brasil)
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Publicado em 28 de dezembro de 2025 às 13h04.
Segundo o Ministério da Saúde, o calor extremo aumenta o risco de desidratação, exaustão térmica e insolação, sobretudo entre crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas, o que reforça a necessidade de cuidados durante a onda de calor. Nesses períodos, o corpo pode ter dificuldade para regular a própria temperatura.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o número de pacientes que buscaram atendimento médico nas unidades estaduais de saúde de São Paulo por causa do calor subiu 27,20% de janeiro a outubro deste ano quando comparado com o mesmo período de 2024.
Já no Rio de Janeiro, sintomas e quadros de saúde ligados ao calor provocaram quase 450 atendimentos por dia nas unidades públicas de saúde do Rio de Janeiro nos últimos dias, conforme a Secretaria Municipal de Saúde divulgou. Nos dias 23, 24 e 25 a rede de urgência registrou 1.347 atendimentos.

O aviso de calor extremo permanece pelo menos até segunda-feira, dia 29, em que há a expectativa de uma redução gradual nos termômetros.
O Inmet declarou, na última semana, um alerta vermelho para mais de 1.300 cidades por conta das temperaturas extremas registradas nos últimos dias. Ondas de calor desse tipo ocorrem quando as temperaturas ficam pelo menos 5 °C acima da média por vários dias seguidos. Nessas condições, o corpo perde líquidos e sais minerais mais rapidamente, o que pode comprometer funções vitais.
Nem sempre os sintomas aparecem de forma imediata, o que faz com que muitas pessoas subestimem os riscos.
De acordo com os órgãos oficiais, como o Ministério da Saúde a Defesa Civil, as recomendações são:
De acordo com o Ministério da Saúde, a hidratação é uma das principais formas de prevenir os efeitos do calor extremo e deve ocorrer ao longo de todo o dia, mesmo na ausência de sede. A desidratação pode evoluir de forma silenciosa, sobretudo entre crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas.
Além da ingestão regular de água, são indicados:
Água de coco;
Sucos naturais diluídos;
Alimentos com alto teor de água, como melancia, laranja e melão.
O consumo de bebidas alcoólicas, refrigerantes e líquidos muito açucarados deve ser evitado, pois eles aumentam a perda de líquidos e sobrecarregam o organismo durante o calor extremo.
A Defesa Civil alerta que o período entre 10h e 16h concentra os maiores níveis de radiação solar. Durante uma onda de calor, é importante ter cuidado com a exposição direta ao sol nesses horários eleva significativamente o risco de insolação.
Sempre que possível, evite atividades físicas ao ar livre, busque locais com sombra e priorize ambientes ventilados ou climatizados. Se a saída for inevitável, utilize protetor solar, chapéu ou boné, óculos escuros e procure caminhar por áreas protegidas.
Manter o ambiente interno arejado é uma recomendação central de cuidado durante uma onda de calor, conforme o Guia de Mudanças Climáticas e Saúde do Ministério da Saúde. Entre as principais medidas estão:
Abrir janelas no início da manhã e à noite;
Fechar cortinas e persianas durante o dia;
Usar ventiladores para circulação do ar;
Utilizar ar-condicionado de forma moderada.
Em residências muito quentes, a recomendação é procurar locais públicos climatizados, como centros comunitários, shoppings ou unidades de saúde, quando possível.
A UNICEF destaca que crianças perdem líquidos mais rapidamente e têm menor capacidade de regular a temperatura corporal. Durante os períodos de temperaturas extremas, elas devem ser estimuladas a beber água com frequência, usar roupas leves e evitar brincadeiras sob sol intenso.
Idosos, por outro lado, podem não perceber a sensação de sede, o que reforça a necessidade dos cuidados durante a onda de calor. Familiares e cuidadores devem oferecer líquidos regularmente e observar sinais como fraqueza, confusão mental, sonolência ou tontura.