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OMS amplia alerta de vacinação para febre amarela no ES

Cresce a preocupação de que o vírus possa se disseminar em centros urbanos como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Vitória

Febre amarela: até agora o surto atual de febre amarela vem se limitando às áreas rurais, (Douglas Engle/Bloomberg)

Febre amarela: até agora o surto atual de febre amarela vem se limitando às áreas rurais, (Douglas Engle/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 7 de março de 2017 às 16h00.

Sãop Paulo - O Estado do Espírito Santo está ameaçado pela transmissão da febre amarela, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS), despertando o temor de que o vírus mortal se espalhe para as maiores cidades do país.

Até agora o surto atual de febre amarela vem se limitando às áreas rurais, onde contamina os humanos por meio de duas espécies rurais de mosquito que provavelmente picaram macacos infectados, segundo as autoridades de saúde brasileiras.

Mas cresce a preocupação de que o vírus possa se disseminar em centros urbanos como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Vitória - áreas de dezenas de milhões de habitantes onde a OMS disse que o vírus pode começar a se espalhar pelo contágio entre pessoas devido à ação do mosquito Aedes aegypti.

O mosquito, comum em muitas cidades tropicais e subtropicais, também transmite os vírus da dengue e do Zika.

Em uma avaliação de risco feita entre 2013 e 2017, a OMS aconselhou os viajantes a se vacinarem para visitar qualquer Estado brasileiro com exceção de oito - seis no Nordeste, além de Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Hoje a lista da entidade inclui o norte fluminense e todo o Espírito Santo, de acordo com uma diretriz atualizada nesta semana.

O Ministério da Saúde do Brasil informou nesta terça-feira que desde dezembro, quando o surto de febre amarela foi detectado, houve 127 mortes confirmadas e que outras 106 estão sob investigação.

De um total de 1.500 casos suspeitos, 371 foram confirmados, 966 ainda estão sendo examinados e o restante foi descartado. O número de casos suspeitos e confirmados é o maior no país desde 2000.

A vacinação contra a febre amarela diminuiu no Sudeste nas últimas décadas porque o vírus foi em grande parte erradicado da região.

Agora, porém, o Ministério da Saúde está correndo para vacinar as pessoas e enviou quase 15 milhões de doses adicionais a áreas recém-afetadas.

Doença viral encontrada na África tropical e nas Américas, a febre amarela afeta principalmente humanos e macacos, e muitas vezes apresenta pouco ou nenhum sintoma em humanos, mas é fatal para os macacos.

Um aumento acentuado no número de macacos mortos encontrados no Sudeste brasileiro deu o alarme de que o vírus está se alastrando, especialmente depois do surgimento de alguns casos confirmados em macacos perto de Belo Horizonte e Vitória.

Ainda não está claro o que desencadeou o surto.

As autoridades de saúde brasileiras estão investigando se ele tem relação com o rompimento de uma barragem de resíduos ocorrido no final de 2015 em uma mina de minério de ferro da BHP Billiton e da Vale em Mariana (MG).

O acidente, que foi o pior desastre ambiental da história do país, pode ter prejudicado o habitat e a cadeia alimentar dos macacos.

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