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OEA: Difusão de notícias falsas na eleição brasileira é "sem precedentes"

"É a primeira vez em uma democracia que estamos observando o uso do WhatsApp para disseminar maciçamente notícias falsas", disse Laura Chinchilla

Laura Chinchilla, chefe da OEA, disse que está acompanhando o processo eleitoral no Brasil (Andres Martinez Casares/Reuters)
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Reuters

Publicado em 25 de outubro de 2018 às 14h46.

Última atualização em 25 de outubro de 2018 às 14h49.

São Paulo - O uso de notícias falsas para mobilizar eleitores brasileiros pode não ter precedentes, em razão do uso do WhatsApp para isso, disse nesta quinta-feira Laura Chinchilla, chefe da missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) , que está acompanhando o processo eleitoral no Brasil.

"O uso da notícia falsa para mobilizar a vontade das pessoas, dos cidadãos, o fenômeno que estamos vendo no Brasil talvez não tenha precedentes", disse Laura a jornalistas após se encontrar com o presidenciável do PT, Fernando Haddad, e membros de sua campanha em São Paulo.

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"É a primeira vez em uma democracia que estamos observando o uso do WhatsApp para disseminar maciçamente notícias falsas", afirmou Laura, que também é ex-presidente da Costa Rica.

Ao ser questionada sobre como vê a atuação da Justiça com relação ao tema, Laura afirmou que as autoridades também não esperavam que este fenômeno alcançasse a dimensão que tem.

Ela citou o caso dos Estados Unidos, uma "democracia de grandes dimensões", onde autoridades também se viram surpreendidas pela difusão de notícias falsas.

A diferença, segundo ela, é que no Brasil a disseminação está ocorrendo em maior parte pelo Whatsapp, que é uma rede privada, enquanto em outros casos foram usados Facebook e Twitter, redes públicas que permitem uma atuação mais incisiva.

"(O WhatsApp) é uma rede que apresenta muitas complexidades para as autoridades poderem acessar e realizar investigações", afirmou, acrescentando que a OEA tem a função de monitorar, mas não pode substituir as instituições formais.

A missão da OEA também observou que o processo eleitoral, com relação à logística da votação, foi muito organizado e estruturado, não tendo encontrado irregularidades.

O PT, que solicitou o encontro desta quinta-feira para apresentar denúncias, já havia se reunido com a missão, que está no Brasil desde o primeiro turno.

Segundo Laura Chinchilla, ainda não houve uma reunião com o PSL, partido do presidenciável Jair Bolsonaro, embora a OEA os tenha procurado, mas já receberam denúncias da campanha do capitão reformado.

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