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Obra no PI beneficia menos gente do que o anunciado

Em vez de 25 mil pessoas, obra atenderá com água tratada apenas a população urbana

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2013 às 21h12.

São Julião - Moradores de São Julião, município de 6,4 mil habitantes no semiárido do Piauí , que foram nesta sexta-feira ver de perto a presidente Dilma Rousseff se mostraram felizes com a perspectiva de contarem com água tratada, na torneira, quando o sistema adutor de Piaus entrar em funcionamento, em abril. Mas, diferente do que foi anunciado pelo governo federal, a obra não vai beneficiar 25 mil pessoas - a soma das populações dos cinco municípios atingidos pelo sistema - São Julião, Pio IX, Campo Grande do Piauí, Fronteiras e Vila Nova do Piauí. Só a população urbana será atendida com a água tratada.

Em São Julião, de acordo com o prefeito José Neci (PT), cerca de metade dos 6,4 mil habitantes vivem na área rural e não receberá a água, exclusiva para consumo humano. O prefeito de Campo Grande do Piauí, Francisco José Bezerra (PP), estima que 60% da população de 5,8 mil habitantes do município será beneficiada.

O fato não empana a sua importância. "A obra é uma joia para a região, que nunca teve água tratada", disse José Neci. "Antes não se tinha nada, era fila de poço e carro pipa para todo mundo", completou Bezerra.

A Barragem de Piaus 1, inaugurada em 2010, vai abastecer o sistema adutor visitado pela presidente. Tem capacidade de armazenar 104 milhões de metros cúbicos de água e atualmente está com 23 milhões de metros cúbicos, suficiente para três anos de uso, de acordo com o coordenador-geral do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), José Carvalho Rufino.

Cobranças

"Espero realmente que a presidente invista na educação", afirmou Maria de Lourdes Carvalho, 52 anos, professora de alfabetização, depois de ouvir o discurso de Dilma. "Se a pessoa não é bem alfabetizada, não vai crescer nunca". Ela também lamenta que um filho seu, de 18 anos, esteja sem possibilidade de fazer faculdade. "Não tenho dinheiro para bancar uma faculdade particular, o governo tem de ampliar o estudo universitário para quem é carente".


Já o prefeito de São Julião, José Neci (PT), espera que a região seja alvo de algum grande empreendimento que gere emprego. "Somos exportadores de mão de obra para todo o País", observou ele. Somente na região metropolitana do Recife, ele estima estarem vivendo mais de 300 habitantes de São Julião, atraídos por obras como a Refinaria Abreu e Lima e estaleiros.

Na solenidade, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, assinou ordens de serviço para a construção da adutora Padre Lira e Barragem de Jenipapo, além de um projeto de irrigação do assentamento Marrecas, o que representa um investimento total de cerca de R$ 70 milhões.

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São Julião - Moradores de São Julião, município de 6,4 mil habitantes no semiárido do Piauí , que foram nesta sexta-feira ver de perto a presidente Dilma Rousseff se mostraram felizes com a perspectiva de contarem com água tratada, na torneira, quando o sistema adutor de Piaus entrar em funcionamento, em abril. Mas, diferente do que foi anunciado pelo governo federal, a obra não vai beneficiar 25 mil pessoas - a soma das populações dos cinco municípios atingidos pelo sistema - São Julião, Pio IX, Campo Grande do Piauí, Fronteiras e Vila Nova do Piauí. Só a população urbana será atendida com a água tratada.

Em São Julião, de acordo com o prefeito José Neci (PT), cerca de metade dos 6,4 mil habitantes vivem na área rural e não receberá a água, exclusiva para consumo humano. O prefeito de Campo Grande do Piauí, Francisco José Bezerra (PP), estima que 60% da população de 5,8 mil habitantes do município será beneficiada.

O fato não empana a sua importância. "A obra é uma joia para a região, que nunca teve água tratada", disse José Neci. "Antes não se tinha nada, era fila de poço e carro pipa para todo mundo", completou Bezerra.

A Barragem de Piaus 1, inaugurada em 2010, vai abastecer o sistema adutor visitado pela presidente. Tem capacidade de armazenar 104 milhões de metros cúbicos de água e atualmente está com 23 milhões de metros cúbicos, suficiente para três anos de uso, de acordo com o coordenador-geral do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), José Carvalho Rufino.

Cobranças

"Espero realmente que a presidente invista na educação", afirmou Maria de Lourdes Carvalho, 52 anos, professora de alfabetização, depois de ouvir o discurso de Dilma. "Se a pessoa não é bem alfabetizada, não vai crescer nunca". Ela também lamenta que um filho seu, de 18 anos, esteja sem possibilidade de fazer faculdade. "Não tenho dinheiro para bancar uma faculdade particular, o governo tem de ampliar o estudo universitário para quem é carente".


Já o prefeito de São Julião, José Neci (PT), espera que a região seja alvo de algum grande empreendimento que gere emprego. "Somos exportadores de mão de obra para todo o País", observou ele. Somente na região metropolitana do Recife, ele estima estarem vivendo mais de 300 habitantes de São Julião, atraídos por obras como a Refinaria Abreu e Lima e estaleiros.

Na solenidade, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, assinou ordens de serviço para a construção da adutora Padre Lira e Barragem de Jenipapo, além de um projeto de irrigação do assentamento Marrecas, o que representa um investimento total de cerca de R$ 70 milhões.

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