Brasil

O Supremo, o indulto e Bolsonaro: conflitos à vista?

A Corte decide se mantém ou não indulto de Temer a criminosos de colarinho branco

Imagem de arquivo de Barroso e Moraes: A sessão foi iniciada ontem, e terminou com empate de um a um e divergência entre Barroso e Alexandre de Moraes (Adriano Machado/Reuters)

Imagem de arquivo de Barroso e Moraes: A sessão foi iniciada ontem, e terminou com empate de um a um e divergência entre Barroso e Alexandre de Moraes (Adriano Machado/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2018 às 07h07.

Última atualização em 29 de novembro de 2018 às 12h24.

O Supremo Tribunal Federal volta nesta quinta-feira a se debruçar sobre um tema que recolocou Justiça e política em lados opostos.

A corte decide se derruba ou não uma liminar do ministro Luís Barroso que questiona o princípio da moralidade de um indulto do presidente Michel Temer concedido em dezembro de 2017.

O indulto, pelo texto de Temer, seria concedido a presos que tenham cumprido um quinto, e não um terço, da pena, e poderia beneficiar ainda condenados por crimes de colarinho branco, como na Lava Jato.

A sessão foi iniciada ontem, e terminou com empate de um a um e divergência entre Barroso e Alexandre de Moraes. Barroso, relator do caso, foi favorável a vetar o indulto. Moraes, ex-ministro da Justiça de Temer, defendeu que a concessão do indulto é uma prerrogativa do presidente.

O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, afirmou que 21 de 39 condenados na operação podem se beneficiar.

Entre os nomes estão o ex-senador Gim Argello, os ex-deputados André Vargas e João Argolo, o pecuarista José Carlos Bumlai, operadores de propina e empresários.

Especialistas ouvidos por EXAME analisam que a liminar deverá ser mantida pelo plenário do Supremo, que daria, assim, um recado para a sociedade de que continua sendo o combativo com a corrupção.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, as regras mais brandas a condenados por corrupção poderiam ameaçar a efetividade das investigações da Lava-Jato.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou ontem que, se o indulto for mantido, “será o último”. O futuro presidente, depois de eleito, continuará disposto a bater de frente com o Supremo? Ministros da Cortes, até aqui, se posicionaram contra pautas caras ao futuro governo, como o Escola Sem Partido. O estica e puxa começa em janeiro.

Acompanhe tudo sobre:Alexandre de MoraesGoverno BolsonaroLuís Roberto BarrosoMichel TemerSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Mais de 600 mil imóveis estão sem luz em SP após chuva intensa

Ao lado de Galípolo, Lula diz que não haverá interferência do governo no Banco Central

Prefeito de BH, Fuad Noman vai para a UTI após apresentar sangramento intestinal secundário

Veja os melhores horários para viajar no Natal em SP, segundo estimativas da Artesp