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Um novo capítulo do racha do PT

O impeachment da presidente Dilma Rousseff e o fracasso nas eleições municipais formalizaram um racha no PT. Cinco correntes mais à esquerda se uniram em um movimento que exige alterações no rumo da legenda: o Muda PT. Nesta quinta-feira, o grupo se reúne em Porto Alegre  para discutir um novo direcionamento para o partido. A […]

PT: o partido, que completou 36 anos, chega a momento crítico, com racha entre as lideranças / Ricardo Stuckert / Instituto Lula

PT: o partido, que completou 36 anos, chega a momento crítico, com racha entre as lideranças / Ricardo Stuckert / Instituto Lula

DR

Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2016 às 18h26.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h47.

O impeachment da presidente Dilma Rousseff e o fracasso nas eleições municipais formalizaram um racha no PT. Cinco correntes mais à esquerda se uniram em um movimento que exige alterações no rumo da legenda: o Muda PT. Nesta quinta-feira, o grupo se reúne em Porto Alegre  para discutir um novo direcionamento para o partido.

A mobilização quer uma renovação da direção do partido, hoje comandada por Rui Falcão. Além disso, o movimento quer instituir um congresso que, por meio dos votos de delegados, seria responsável por eleger um novo presidente para a sigla, definir mudanças no programa e estabelecer padrões de conduta ética. A corrente majoritária já afirmou, por meio de nota, que não abre mão das eleições diretas, estabelecidas no regimento do partido.

A corrente Mensagem ao Partido, da qual o advogado de defesa de Dilma, José Eduardo Cardozo, faz parte, é uma das que integram o movimento por mudança. “Um partido que se propõe transformador não pode agir como partido convencional. Tem que ser criativo. O PT tinha isso na sua origem, mas a discussão interna do partido empobreceu. Passou-se a discutir apenas cargos de poder, não mais políticas”, afirma Cardozo, em entrevista a EXAME Hoje.

O partido atravessa essa fase turbulenta, repleta de escândalos, divergências e fracassos políticos, sem ter conseguido firmar nomes importantes de possíveis lideranças. “O PT terá um longo período fora do poder até se renovar e se reconectar ao eleitorado – especialmente ao eleitor de baixa renda, mais suscetível ao voto conservador da direita”, afirma o cientista político Carlos Pereira, da Fundação Getúlio Vargas.

Em 2012, o PT havia conquistado seu maior número de prefeituras: 635. Este ano, garantiu apenas 256. Desde 2012, o número de filiados se mantém estagnado em 1,5 milhão. A representação na Câmara também caiu: de 91, em 2002, para 59. Para um número crescente de petistas, se quiser permanecer vivo, o partido vai precisar se reinventar.

 

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