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O que você precisa saber sobre o surto (precoce) do H1N1

O surto fora de época do vírus já matou 46 pessoas no Brasil. Veja o infográfico.

Vírus H1N1: só em 2016, a doença já matou 46 pessoas no Brasil (Karoly Arvai / Reuters/Reuters)

Vírus H1N1: só em 2016, a doença já matou 46 pessoas no Brasil (Karoly Arvai / Reuters/Reuters)

Valéria Bretas

Valéria Bretas

Publicado em 29 de maio de 2016 às 06h00.

Última atualização em 17 de abril de 2017 às 16h51.

São Paulo – O surto fora de época do vírus A, popularmente conhecido como H1N1, está assustando a população e lotando os hospitais do país. Só de janeiro a 19 de março desde ano, a doença matou 46 pessoas no Brasil. Durante todo o ano passado, foram 36 óbitos pelo mesmo motivo.

Até o momento, 11 estados brasileiros já foram afetados com casos graves da gripe H1N1. Normalmente, a circulação do vírus ocorre entre os meses de maio e julho nas regiões mais frias do país.

De acordo com o professor e infectologista da Unifesp, Celso Granato, a epidemia atual é completamente incomum. “Ainda não há nenhuma explicação concreta que justifique o que está acontecendo”, diz.

Para conter a situação atípica, o Ministério da Saúde decidiu nesta segunda-feira (28) que vai antecipar uma vacinação extra. Os estados que fizerem o requerimento devem receber o primeiro lote das vacinas nesta sexta-feira (1). A campanha nacional de vacinação, no entanto, só começa em 30 de abril.

Para Granato, não procede a teoria de que o vírus tenha voltado ao Brasil por viajantes vindos do hemisfério norte – como Estados Unidos, Europa e Canadá.

“Por lá, o surto já é uma realidade nesta época do ano”, afirma. “Em um período de crise, onde o volume de brasileiros viajando é muito menor, não há sentido atribuir que - justo agora - eles tenham reintroduzido o vírus para cá”.

Uma das hipóteses para o agravamento no número de casos é a mudança climática. Para o professor de imunologia da Universidade Mackenzie, Jan Carlo Delorenzi, o verão menos intenso deste ano pode ter contribuído para o surto.

A segunda possibilidade levantada pelo imunologista é a fragilidade da atual epidemia que cerca o Brasil. “A população já está atingida por três grandes surtos. Isso causa uma forte vulnerabilidade epidemiológica nas pessoas”, diz Delorenzi. “Eu diria que existe a probabilidade de uma pessoa com H1N1 já ter sofrido anteriormente por uma infeção de dengue, zika ou chikungunya”.

Para os especialistas consultados por EXAME.com, a resposta também pode estar relacionada diretamente ao vírus. De acordo com eles, é possível que o sorotipo atual seja mais violento do que o dos anos anteriores – mais próximo, talvez, ao do surto de 2009, quando a letalidade apresentou índices bem elevados e se transformou em uma pandemia mundial.

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