Brasil ganha analfabetos, mas menos crianças trabalham
Entre 2011 e 2012, o Brasil evoluiu em muitas áreas, segundo o IBGE. O número de crianças trabalhando, por exemplo, diminuiu. Mas o país ganhou 300 mil analfabetos
(George Campos/Agência USP)
Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2013 às 11h40.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h27.
São Paulo – Dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o país caminha, ainda que lentamente, para melhoras em áreas importantes como educação e acesso da população a bens de consumo entre os anos de 2011 e 2012.. Em compensação, a desigualdade entre homens e mulheres e a taxa de analfabetismo pioraram no mesmo período. É o que revela a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), que alia várias boas notícias com algumas más para os brasileiros. Confira nas imagens a seguir o que mudou no Brasil entre um ano e outro.
Cerca de 156 mil crianças e jovens entre 5 e 17 anos deixaram de trabalhar entre 2011 e 2012 no Brasil. É uma queda de 4,2% no período. Com isso, restam trabalhando 3,5 milhões de pessoas nessa faixa etária.
O percentual de pessoas com nível superior completo aumentou para 12% em 2012, de 11,4% em 2011. No mais novo levantamento, foram registradas 14,2 milhões de pessoas com esse nível de instrução no país.
Seguindo a tendência mundial, a população brasileira continua envelhecendo: a porcentagem de pessoas com 60 anos ou mais passou de 12,1%, em 2011, para 12,6% em 2012.
A proporção de domicílios com iluminação elétrica passou de 99,3%, em 2011, para 99,5%, em 2012. O total de domicílios monitorados pela pesquisa é de 62,5 milhões.
Continua crescendo também a quantidade de brasileiros que possuem um carro ou motocicleta para uso pessoal. Em 2011, esses percentuais eram de 40,9%, para carros, e 19,1%, para motos. Já em 2012, os números atingiram 42,4% e 20%, respectivamente.
Entre 2011 e 2012, o contigente de usuários (com 10 anos de idade ou mais) que possuiam telefone celular para uso pessoal aumentou para 122,7 milhões - crescimento de 6,3%, equivalente a 7,2 milhões de pessoas.
A taxa de escolaridade para os jovens de 15 a 17 anos de idade aumentou para 84,2% em 2012, de 83,7% em 2011. Entre as crianças e adolescentes de 6 a 14 anos o mesmo percentual registrado em 2011 foi mantido (98,2%).
Em 2012, 57,1% dos municípios pesquisados dispunham de coleta de esgoto. O valor ainda é considerado muito baixo, mas é 2,1 pontos percentuais acima do registrado em 2011.
Após 8 anos em queda, a taxa de analfabetismo voltou a crescer no Brasil. O número de pessoas que não sabem ler nem escrever aumentou em 300 mil, um fenômeno para o qual não se tem explicação exata. A proporção subiu levemente: de 8,6% da população, em 2011, para 8,7% em 2012. A taxa é mais alta entre as pessoas com 60 anos ou mais, em que atinge 24,4% do grupo etário.
11. Má notícia: desigualdade entre homens e mulheres aumentouzoom_out_map
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A desigualdade entre homens e mulheres cresceu, quando se olha a renda dos dois sexos. Em 2011, as mulheres ganhavam 73,9% da remuneração dos homens. Em 2012, esse percentual diminui e passou a ser de 72,9%, o que equivale a dizer que o rendimento médio mensal real deles foi de R$1.698 e o delas, de R$1.238.
12. Agora, veja qual será a cara do Brasil em 2060zoom_out_map
12/12(Mario Alberto Magallanes Trejo/ stock.xchng)