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O obstáculo do PSL para 2020: 215 diretórios em situação irregular em SP

TSE aponta que a legenda de Jair Bolsonaro tem registro em 362 municípios paulistas, mas apenas 147 destes diretórios estão aptos a funcionar

Eduardo Bolsonaro: deputado é o presidente do diretório estadual do PSL em São Paulo (Adriano Machado/Reuters)

Eduardo Bolsonaro: deputado é o presidente do diretório estadual do PSL em São Paulo (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de agosto de 2019 às 08h54.

Última atualização em 30 de agosto de 2019 às 17h39.

Com planos de aproveitar a "onda bolsonarista" para eleger prefeitos e vereadores no ano que vem, o PSL terá como obstáculo resolver pendências jurídicas em quase metade dos diretórios municipais do partido em São Paulo.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aponta que a legenda de Jair Bolsonaro tem registro em 362 municípios paulistas, mas apenas 147 destes diretórios estão aptos a funcionar. O restante foi desativado ou tem pendências que vão de ausência de prestação de contas à falta de CNPJ. Para ter candidato na cidade, a situação do órgão partidário tem de estar regularizada até abril.

Um dos maiores imbróglios da legenda está justamente na capital paulista, que deve ser palco da campanha da deputada Joice Hasselmann. O diretório está suspenso desde 2016 por falta de prestação de contas. O último presidente do escritório, Alexandre Gentil, saiu do PSL em 2017. Ele afirma que procurou o partido para resolver a situação. "No entanto, entre idas e vindas, não houve interesse dos dirigentes do partido que decidiram através do diretório estadual apresentar uma prestação de contas sem a minha assinatura e aprovação", disse. Essa prestação, no entanto, foi rejeitada pela Justiça Eleitoral.

Para que Joice possa concorrer, o partido pode repetir o que aconteceu no ano passado. A dois meses das eleições, o partido teve de ir à Justiça para garantir a participação, pois tinha sido suspenso pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) devido a uma falha de prestação de contas em 2016.

O atual presidente estadual do partido, deputado Eduardo Bolsonaro, afirmou que o partido está realizando trocas nas diretorias municipais para resolver a situação. "A Karina Kufa (advogada da legenda) é quem está cuidando do partido. A gente sabe que tem pendências e estamos tentando resolver. Tem algumas soluções a serem tomadas e, inclusive, mudanças já estão ocorrendo", disse.

Karina respondeu por meio de nota, atribuída à diretoria do partido, dizendo que a situação foi mapeada e que o partido contratou advogados e contadores para regularizar todas as comissões provisórias. "Esse trabalho será concluído antes do período eleitoral", diz a nota.

Pré-candidato à prefeitura de Santos, o deputado Júnior Bozzella disse estar preocupado. "Tenho medo que o partido perca o timing para a eleição de 2020. Já estamos mais do que atrasados. Com essa desorganização, podemos deixar de eleger cidades estratégicas."

Criado em 1998, o PSL era um partido nanico até a eleição de Bolsonaro no ano passado, quando elegeu 52 deputados. Das 5.464 cidades que tiveram disputas nas eleições de 2016, a legenda ganhou apenas 30. A maior é São João del-Rei (MG), cidade de 100 mil habitantes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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