O Brasil não está fora de controle, diz Levy
O ministro da fazenda Joaquim Levy afirmou não haver razão nem benefício de impeachment
Da Redação
Publicado em 7 de agosto de 2015 às 08h38.
A presidente Dilma Rousseff irá terminar o seu mandato e o país não está fora do controle, disse o ministro da Fazenda, Joaquim Levy , em entrevista nesta quinta-feira em Brasília . O comentário vem no mesmo dia em que cresceu número de parlamentares que articula fim do governo e quando popularidade da presidente cai a nível recorde.
“É obvio e ululante” que Dilma terminará o mandato. “Não vejo razão e nem benefício para o impeachment.”
O comentário do ministro, que não aparentava tensão, vem após o dólar bater máxima de R$ 3,5696, com nova derrota do governo na Câmara, saída do PDT e PTB da base aliada e pesquisa Datafolha mostrando reprovação de Dilma subindo para 71%, maior da série. Dólar encerrou o dia a R$ 3,5356, mantendo o nível mais alto em 12 anos.
PMDB avalia como retirar Dilma do cargo por meios constitucionais, disse um dos principais nomes do partido sob a condição de anonimato. Um terço dos deputados do PMDB na Câmara defende a abertura de um processo de impeachment, disse o deputado Darcisio Perondi, um dos vice-líderes do partido.
Levy interrompeu a entrevista algumas vezes para atender ligações telefônicas, inclusive da presidente Dilma convidando-o para que ele a acompanhasse em uma visita à Roraima, ao mesmo tempo em que mascava aipo porque, segundo ele, tem fibra e faz bem à saúde.
Sobre derrotas do governo no Congresso que podem comprometer o ajuste fiscal, como a aprovação em primeiro turno da PEC do reajuste da AGU, delegados e procuradores, Levy disse que é preciso tempo para congressistas “entenderem a nova realidade”
“O Congresso tem o ritmo dele”, disse. “Fui a algumas reuniões. Eles estão tentando entender o novo mundo. Tem que dar um tempinho para entender, principalmente a Câmara. Nem todo mundo pensa em economia o tempo todo”.
Downgrade
Para Levy, “o País não está fora de controle” e é descabido pensar em downgrade.
“Temos ferramenta para evitar o downgrade”, disse o ministro. “E acho que é descabido todo mundo ficar aceitando como absolutamente normal ter downgrade”. Acrescentando que o governo está “tomando as medidas que tem que tomar. Não só na área fiscal, que todo mundo se encanta, como em outras áreas.”
A S&P reduziu perspectiva da nota de crédito do Brasil de estável para negativa em 28 de julho, citando “circunstâncias políticas e econômicas desafiadoras”.
Levy disse que o downgrade poderia gerar demissões no mercado financeiro.
“Vamos traçar um plano de ação para evitar o downgrade”, disse ele. “O próprio mercado financeiro vai dar uma encolhida colossal” se houver downgrade. “Em 2002 parecia que o mundo ia acabar e não acabou”
Questão fiscal
Após o governo reduzir a meta de superávit primário do setor público de 1,1% do PIB em 2015 para 0,15%, no mês passado, Levy pede cuidado com área tributária e fala em abrir economia para o mercado externo.
“Temos uma questão fiscal que a gente tem que encarar de frente”, disse ele. “Tem um trabalho duro na área de gasto. A gente tem que ter certo cuidado com a carga tributária. Houve uma erosão mas tem que atacar de forma inteligente. Tem que tomar medidas para adequar a economia à nova realidade.”
Ele disse novamente que a redução da meta não significa que o ajuste acabou. “Ao contrário. A gente tem que fazer mais ajuste”.
“Ficam me perguntando quando eu vou ter boas notícias, eu sei lá quando vou dizer boas notícias,” disse ele. “Não adianta ficar discutindo agenda do pós-ajuste. O ajuste tem vários aspectos e a gente tem que fazê-lo concomitante.”
A presidente Dilma Rousseff irá terminar o seu mandato e o país não está fora do controle, disse o ministro da Fazenda, Joaquim Levy , em entrevista nesta quinta-feira em Brasília . O comentário vem no mesmo dia em que cresceu número de parlamentares que articula fim do governo e quando popularidade da presidente cai a nível recorde.
“É obvio e ululante” que Dilma terminará o mandato. “Não vejo razão e nem benefício para o impeachment.”
O comentário do ministro, que não aparentava tensão, vem após o dólar bater máxima de R$ 3,5696, com nova derrota do governo na Câmara, saída do PDT e PTB da base aliada e pesquisa Datafolha mostrando reprovação de Dilma subindo para 71%, maior da série. Dólar encerrou o dia a R$ 3,5356, mantendo o nível mais alto em 12 anos.
PMDB avalia como retirar Dilma do cargo por meios constitucionais, disse um dos principais nomes do partido sob a condição de anonimato. Um terço dos deputados do PMDB na Câmara defende a abertura de um processo de impeachment, disse o deputado Darcisio Perondi, um dos vice-líderes do partido.
Levy interrompeu a entrevista algumas vezes para atender ligações telefônicas, inclusive da presidente Dilma convidando-o para que ele a acompanhasse em uma visita à Roraima, ao mesmo tempo em que mascava aipo porque, segundo ele, tem fibra e faz bem à saúde.
Sobre derrotas do governo no Congresso que podem comprometer o ajuste fiscal, como a aprovação em primeiro turno da PEC do reajuste da AGU, delegados e procuradores, Levy disse que é preciso tempo para congressistas “entenderem a nova realidade”
“O Congresso tem o ritmo dele”, disse. “Fui a algumas reuniões. Eles estão tentando entender o novo mundo. Tem que dar um tempinho para entender, principalmente a Câmara. Nem todo mundo pensa em economia o tempo todo”.
Downgrade
Para Levy, “o País não está fora de controle” e é descabido pensar em downgrade.
“Temos ferramenta para evitar o downgrade”, disse o ministro. “E acho que é descabido todo mundo ficar aceitando como absolutamente normal ter downgrade”. Acrescentando que o governo está “tomando as medidas que tem que tomar. Não só na área fiscal, que todo mundo se encanta, como em outras áreas.”
A S&P reduziu perspectiva da nota de crédito do Brasil de estável para negativa em 28 de julho, citando “circunstâncias políticas e econômicas desafiadoras”.
Levy disse que o downgrade poderia gerar demissões no mercado financeiro.
“Vamos traçar um plano de ação para evitar o downgrade”, disse ele. “O próprio mercado financeiro vai dar uma encolhida colossal” se houver downgrade. “Em 2002 parecia que o mundo ia acabar e não acabou”
Questão fiscal
Após o governo reduzir a meta de superávit primário do setor público de 1,1% do PIB em 2015 para 0,15%, no mês passado, Levy pede cuidado com área tributária e fala em abrir economia para o mercado externo.
“Temos uma questão fiscal que a gente tem que encarar de frente”, disse ele. “Tem um trabalho duro na área de gasto. A gente tem que ter certo cuidado com a carga tributária. Houve uma erosão mas tem que atacar de forma inteligente. Tem que tomar medidas para adequar a economia à nova realidade.”
Ele disse novamente que a redução da meta não significa que o ajuste acabou. “Ao contrário. A gente tem que fazer mais ajuste”.
“Ficam me perguntando quando eu vou ter boas notícias, eu sei lá quando vou dizer boas notícias,” disse ele. “Não adianta ficar discutindo agenda do pós-ajuste. O ajuste tem vários aspectos e a gente tem que fazê-lo concomitante.”