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Novos ventos? Lula no Supremo, reformas em segundo plano

A segunda turma do STF deve julgar nesta terça-feira um recurso da defesa de Lula que pode colocar o ex-presidente, preso há um ano, em liberdade

LULA: Segundo a revista VEJA, a sessão deve serviar para ministros darem recados ao ex-juiz Sergio Moro e à Lava-Jato /  | Reuters (Adriano Machado/Reuters)

LULA: Segundo a revista VEJA, a sessão deve serviar para ministros darem recados ao ex-juiz Sergio Moro e à Lava-Jato / | Reuters (Adriano Machado/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2019 às 07h10.

Última atualização em 11 de junho de 2019 às 07h30.

O governo corre nesta terça-feira um risco político em Brasília: o de ver a pauta da Previdência e de votações importantes ser abafada pela nova leva de eventos envolvendo a Lava-Jato. Dois dias depois de o site Intercept ter revelado mensagens potencialmente comprometedoras entre o então juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, a atenção estará focada no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A segunda turma do Supremo Tribunal Federal deve julgar nesta terça-feira um recurso da defesa de Lula que pode colocar o ex-presidente, preso há um ano, em liberdade. O recurso começou a ser discutido em abril no plenário virtual do Supremo, mas um pedido de destaque de Gilmar Mendes fez com que o caso venha a ser discutido presencialmente. A segunda turma reúne, além de Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Celso de Mello. Segundo a revista VEJA, a sessão deve servir para ministros darem recados ao ex-juiz Sergio Moro e à Lava-Jato.

Lula recorreu ao Supremo depois de o Superior Tribunal de Justiça ter reduzido sua pena no caso do tríplex de 12 anos e 1 mês de prisão para 8 anos e 10 meses. A defesa de Lula pede a nulidade do processo.

Enquanto isso, o governo se cerca de cautela para evitar uma contaminação com o caso Moro. Ontem, o vice Hamilton Mourão defendeu o ministro, mas Jair Bolsonaro não se pronunciou oficialmente. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, há o receio de que uma defesa precipitada seja atropelada por novas informações. O Estadão revelou que líderes do Congresso avaliam que as mensagens divulgadas abalam “um dos pilares de sustentação do governo”. Segundo o Intercept, apenas 1% dos fatos veio à tona. Deputados do Centrão já trabalham para abrir uma CPI para investigar as denúncias contra a Lava-Jato, o que pode atrasar votações no Congresso.

Enquanto isso, o governo tenta seguir com a pauta de temas fundamentais para o curto prazo. A Comissão Mista de Orçamento do Congresso, por exemplo, tenta votar na manhã desta quarta-feira o projeto de lei que libera 249 bilhões de reais para as despesas correntes e evita que o pagamento de salários e benefícios seja interrompida em poucas semanas. Na quinta-feira, o relatório da Previdência deve ser aprovado, seguindo para o Plenário para ser votado, talvez, antes do recesso do fim de julho.

Entre os próximos projetos na pauta estão a reforma tributária e o pacote anticrime de Moro — que fica obviamente fragilizado no atual contexto. Seu adiamento seria a primeira derrota concreta do governo após a divulgação das mensagens.

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