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Novo líder do governo, Eduardo Gomes vê "número forte" para reformas

Com indicação por Bolsonaro após crise no PSL, o MDB passa a chefiar duas das três lideranças do governo no Legislativo; única exceção é liderança na Câmara

Eduardo Gomes: "O calendário não se esgota este ano" (Marcos Oliveira/Agência Senado)

Eduardo Gomes: "O calendário não se esgota este ano" (Marcos Oliveira/Agência Senado)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 18 de outubro de 2019 às 18h32.

Última atualização em 18 de outubro de 2019 às 19h03.

Brasília - O novo líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), afirmou que enxerga um consenso se formando entre os parlamentares a favor de "reformas estruturais".

Ele concedeu entrevista exclusiva Agência Senado, na qual afirmou que há “números fortes” para aprovar propostas de grande porte, que devem se estender para 2020.

"Junto com o benefício da reforma da Previdência, que é a recuperação da economia, outras medidas importantes serão cobradas pela população para criar um ambiente de crescimento. O calendário não se esgota este ano, acredito que vamos ter trabalho também no primeiro semestre do próximo", afirmou o senador.

Reformas como a tributária, a administrativa e a complementação da reforma da Previdência (PEC 133/2019) devem ser analisadas nos próximos meses. Gomes ponderou que ainda não há uma ordem definida para abordar cada um desses temas, e que isso vai depender da disposição que o Congresso seguir apresentando.

"A próxima reforma vai depender dos presidentes da Câmara e do Senado, que fazem a pauta, e da percepção dos líderes. A visão majoritária de prioridade só fica consistente depois. Mais do que isso seria tentar adivinhar", diz.

Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia se reuniram na quinta-feira (17) com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e iniciaram a discussão da pauta pós-Previdência.

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), também participou. Eduardo Gomes ainda não ocupava a liderança no Congresso quando a reunião aconteceu. Ele substitui na liderança a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), removida da função depois de uma crise interna na bancada do partido.

MDB

Com a indicação de Eduardo Gomes, o MDB passa a chefiar duas das três lideranças do governo de Jair Bolsonaro no Legislativo — a única exceção é a liderança na Câmara, exercida pelo deputado Vitor Hugo (PSL-GO). O MDB também ocupa um ministério de Bolsonaro: o da Cidadania, chefiado pelo deputado licenciado Osmar Terra.

Para Gomes, esse quadro não significa necessariamente um alinhamento do partido com a gestão de Bolsonaro. O senador afirmou que a prioridade do MDB é se identificar com “políticas públicas fortes”, e que a legenda passa por um processo de renovação. Segundo ele, ainda não há questão fechada sobre onde o MDB se localiza em relação ao governo.

"Nisso estamos submetidos à deliberação do partido, que vai ocorrer no momento adequado. Essas decisões serão tomadas com os governadores, os prefeitos de capitais e os líderes", declarou.

Eduardo Gomes está no primeiro mandato como senador, que conquistou em 2018, como o mais votado do Tocantins. Antes disso, foi deputado federal por três mandatos.

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