Novo índice de desemprego vai focar informais, diz Lupi
Ministro do Trabalho reclamou que atuais índices não mostram as diferenças no trabalho informal
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2011 às 14h08.
O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, disse hoje que a taxa de desemprego real - um índice que pretende criar até o fim do ano - vai se basear em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
O indicador dará ênfase ao mercado de trabalho informal. Em entrevista após se reunir com empresários na sede da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Lupi defendeu a iniciativa, embora tenha ressaltado que ela está em fase embrionária.
Em sua avaliação, as instituições que atualmente medem a taxa de desemprego no País utilizam como base para a pesquisa uma amostra restrita a algumas regiões metropolitanas brasileiras. "A pesquisa de desemprego do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), por exemplo, é feita em apenas sete regiões metropolitanas. Não mostra o Brasil como um todo e não tem uma fotografia mais ampla do processo", afirmou. "Eu acho que para ter a taxa de desemprego real tem que pegar o Brasil inteiro. E é nisso que eu estou trabalhando."
De acordo com o ministro, os índices de desemprego atuais não captam a realidade do mercado informal, de autônomos e de profissionais liberais. "Fala-se muito na mão de obra informal, mas há muita deformação na informalidade. Um autônomo não é formal porque não quer", disse o ministro, referindo-se a ele mesmo, que já foi jornaleiro e dono de banca de revistas no Rio de Janeiro. "A distorção na taxa de desemprego acontece porque ela não considera essas situações", afirmou.