Brasil

Nova proposta francesa no G-20 agrada ao Brasil

Governo da França não pretende propor a regulação dos preços das matérias-primas

Christine Lagarde, ministra francesa da Economia: não queremos administrar preços (Franck Prevel/Getty Images)

Christine Lagarde, ministra francesa da Economia: não queremos administrar preços (Franck Prevel/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2011 às 11h09.

São Paulo - Ministros de Economia e presidentes de bancos centrais de países desenvolvidos e emergentes voltam à mesa de negociações amanhã, em Paris, para a primeira reunião ministerial do G-20 em 2011. Como de praxe nos últimos encontros, eles estarão em lados opostos, divididos em questões como a criação de indicadores de desequilíbrios econômicos, na regulação de commodities (matérias-primas) e no controle de fluxos de capitais.

Um dos atritos dos anfitriões foi com o Brasil. Em recente discurso, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, defendeu em linguagem cifrada a regulação no mercado de matérias-primas, sem exemplificar que se referia à regulação de produtos financeiros derivados dessas mercadorias.

“Será que entre o produtor e o comprador não há vocação a regular, a organizar o mercado? Isso é tudo o que a França pede” afirmou. “Não façamos ideologia. Regulemos, organizemos, para que se trate de um verdadeiro mercado de tal forma que ninguém possa perturbar a lei da oferta e da procura.”

Diante da rejeição de países como Brasil e Argentina, Christine Lagarde veio a público na segunda-feira defender uma proposta menos radical. Segundo ela, seu país não pretende propor a regulação dos preços das matérias-primas. Em recado direto ao Brasil, afirmou: “Repito aos nossos amigos brasileiros: não queremos administrar preços”. Em contrapartida, reiterou o desejo de levar aos membros do G-20 a proposta de regulamentação das transações de produtos derivativos financeiros de commodities.

Ontem, assessores do ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, que estarão em Paris no G-20, avaliaram como positiva a postura de Lagarde, mais moderada que a de Sarkozy. O governo brasileiro considera “um avanço” que os anfitriões do G-20 já não falem em regulação do preço das matérias-primas. “Já é um passo. Sinaliza com uma posição menos intransigente no G-20”, disse um assessor ao Estado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCommoditiesDados de BrasilEuropaFrançaPaíses ricos

Mais de Brasil

Regulamentação da IA deve ser votada pelo Senado antes do recesso, diz Pacheco

Após decisão do STF, Lira cria comissão para analisar PEC das drogas na Câmara

Maconha vai ser legalizada no Brasil? Entenda a decisão do STF sobre a descriminalização da droga

Nova parcela do Pé-de-Meia começa a ser paga nesta quarta-feira

Mais na Exame