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Nova denúncia atenta contra Estado de Direito, diz defesa de Lula

O juiz federal Sérgio Moro aceitou hoje (1) uma nova denúncia contra o ex-presidente, desta vez no caso do sítio de Atibaia, em São Paulo

Lula: a defesa do ex-presidente acusa de parcialidade o juiz Sérgio Moro (Ueslei Marcelino/Reuters)
AB

Agência Brasil

Publicado em 1 de agosto de 2017 às 21h55.

Última atualização em 1 de agosto de 2017 às 22h03.

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou um "atentado ao Estado de Direito" a decisão do juiz federal Sérgio Moro de aceitar hoje (1º) nova denúncia contra seu cliente, desta vez no caso do sítio de Atibaia (SP).

Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins acusa de parcialidade o juiz, responsável pelos processos decorrentes da Operação Lava Jato na primeira instância.

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Os defensores de Lula afirmam que, mais uma vez, Sérgio Moro usou a teoria da "propriedade de fato" para tentar responsabilizar o ex-presidente.

Ainda de acordo com a defesa, a peça acusatória não indica nenhum ato de ofício de Lula no exercício da Presidência que justifique a acusação.

"Moro, novamente, aceita uma denúncia esdrúxula contra Lula apenas em razão do cargo de presidente da República por ele ocupado", diz a defesa, em nota.

"Mais uma vez, [o magistrado] trabalha com conceito de "propriedade de fato", embora o sítio referido na denúncia tenha proprietários conhecidos, que constam na matrícula do imóvel e que provaram a utilização de recursos próprios e lícitos para a compra do bem, e, ainda, que suportam despesas de sua manutenção."

Segundo Zanin, os contratos apontados pelo Ministério Público Federal como fonte de pagamento de propina a Lula por meio de reforma no sitio de Atibaia já foram reconhecidos por Moro como não tendo gerado benefício ao ex-presidente.

Os acusados afirmam ainda que Moro pratica lawfare contra Lula, o que, em tradução livre, seria uma espécie de guerra jurídica.

"O lawfare praticado pelo juiz Moro e pelos procuradores da Lava Jato contra Lula e a ineficácia do sistema recursal interno para paralisar as grosseiras violações a garantias fundamentais do ex-presidente são alvo de preocupação da comunidade jurídica nacional e internacional, além de embasar um comunicado ao Comitê de Direitos Humanos da ONU [Organização das Nações Unidas], que já superou uma primeira etapa de admissibilidade", acrescenta a defesa.

 

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