Plataforma da Petrobras: Operação Lava Jato investiga esquema de lavagem e desvio de dinheiro ligado à estatal (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 15 de novembro de 2014 às 09h34.
São Paulo – No balanço da sétima fase da Operação Lava Jato, realizada na manhã da sexta-feira, a Polícia Federal prendeu, ao todo, 20 pessoas - entre elas quatro presidentes de empreteiras acusadas de envolvimento em esquema de corrupção e um ex-diretor da Petrobras..
Ao todo, nove empresas são investigadas: Odebrecht , Mendes Júnior, UTC Engenharia , OAS, Engevix, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Camargo Corrêa e Iesa. Veja o posicionamento de cada companhia sobre o assunto.
Os mandados fazem parte da sétima fase da Operação Lava Jato. Iniciada em março deste ano, a operação investiga esquema de lavagem e desvios de dinheiro. Segundo a Polícia Federal, as empresas investigadas têm R$ 59 bilhões de reais em contratos com a Petrobras.
Quem foi preso
O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque está na lista de presos pela Polícia Federal. Ele foi responsável por 12 licitações da obra da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, uma das envolvidas no escândalo de pagamento de propinas e lavagem de dinheiro. Dois executivos relataram à PF que teriam pago 30 milhões de reais a Duque e a um subordinado dele. O pagamento da propina teria sido feito por meio de bancos no exterior, segundo a revista VEJA.
Os quatro presidentes presos durante a operação são José Aldemário Pinheiro Filho, da OAS; Ildefonso Colares Filho, da Queiroz Galvão; Ricardo Ribeiro Pessoa, da UTC; e Cristiano Kok, da Engevix.
Otto Garrido Sparenberg, diretor da Iesa Óleo e Gás, também foi um dos executivos presos. Segundo o Estadão, companhia tem contratos com a petroleira e repassou R$ 400 mil para a Costa Global Consultoria e Participações, de propriedade de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal que também foi preso.
Da Engevix, a operação teria detido, além do presidente da empresa, Gerson Almada, um dos vice-presidentes. Segundo a Folha de S. Paulo, também foram presos os diretores Carlos Eduardo Strauch Albero, Newton Prado Júnior e Gerson de Mello Almada.
Da OAS, teriam sido presos também, segundo o jornal O Globo, José Ricardo Breghirolli (que teria sido flagrado em trocas de mensagens com o doleiro Alberto Youssef) e o diretor-financeiro Mateus Coutinho de Sá Oliveira.
A Folha cita ainda a prisão do advogado da companhia Alexandre Portela Barbosa e do diretor-presidente da área internacional da Construtora OAS, Agenor Franklin Magalhaes Medeiros.
O presidente da Queiroz Galvão, Ildefonso Colares Filho, se entregou no fim da tarde. O diretor Othon Zanoide de Moraes Filho também teria sido preso.
O presidente da UTC, segundo O Globo, é apontado como coordenador do cartel das empresas que atuavam na Petrobras. A Folha cita também Ednaldo Alves da Silva e Walmir Pinheiro Santana como os presos da companhia.
Erton Medeiros Fonseca é diretor de engenharia industrial da Galvão Engenharia e apontado como principal responsável pelo esquema. Ele também teria sido detido, segundo O Globo.
O vice-presidente da construtora Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, deve se entregar ainda na noite desta sexta, de acordo com nota enviada à imprensa. Segundo a Agência Estado, a prisão do executivo já está acertada desde a manhã.
De acordo com a Polícia Federal, quem ainda não foi localizado está automaticamente impedido de deixar o país.
É o caso de Eduardo Leite, vice-presidente da Camargo Côrrea, e Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado como lobista do PMDB junto às empreiteiras.
Ao todo, foram 85 mandados judiciais dentro da Operação Lava Jato, que investiga esquema de lavagem e desvio de dinheiro ligado à Petrobras, que foram cumpridos no Distrito Federal e outros cinco estados: Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco.
Agora veja por que as prisões da Lava Jato pioram o clima para Dilma.