Senador Romero Jucá: "O fundamental é ter o PSDB na base parlamentar, e isso está definido" (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 22 de abril de 2016 às 06h29.
O senador Romero Jucá (RR), presidente nacional do PMDB, minimizou nessa quinta-feira, em um evento com empresários em Foz do Iguaçu organizado pelo empresário tucano João Doria, a resistência do PSDB em integrar o ministério de um eventual governo Michel Temer. "O fundamental é ter o PSDB na base parlamentar, e isso está definido."
A avaliação dele é que, se a presidente Dilma Rousseff for afastada do cargo, o próximo governo contará com uma base parlamentar de 367 deputados federais. Ou seja: o mesmo número de deputados que apoiaram o impedimento na Câmara.
Maior partido de oposição, o PSDB tende a manter distância institucional da gestão Temer. Por isso o dirigente do PMDB faz conta com o apoio em peso dos tucanos nas votações mais importantes. "A base começa a se desenhar com 367, que é mais que os 302 necessários para aprovar uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional)", diz Jucá.
O senador também falou sobre a ação do PSDB que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pede a cassação da chapa Dilma-Temer. "Se houver a cassação de Dilma, haverá perda de objeto da ação criminosa que a questão do PT. O vice-presidente não pode ser penalizado por causa disso."
O dirigente peemedebista fez críticas aos petistas. "O PT tem que sair do poder e se reciclar para depois se credenciar e disputar novamente." O aguardado discurso de Dilma Rousseff na ONU também foi tema da conversa dele com os jornalistas em Foz do Iguaçu.
"O apoio que o governo tem em nível internacional é a Venezuela com o Maduro, a Bolívia com o Evo, o Equador com o Rafael Correa e na Argentina a ex-presidente Cristina Kirchner. Espero que Dilma no avião possa rever essa posição. Seria muito triste esse vexame externo."
O Fórum Empresarial, que é realizado há 16 anos em Comandatuba (BA), dessa vez ocorre em Foz do Iguaçu e reúne apenas políticos de oposição. Estão presentes os governadores tucanos Beto Richa (PR) e Pedro Taques (MT), os senadores José Agripino (RN), presidente do DEM, Antonio Anastasia (PSDB-MG), e os principais líderes oposicionistas na Câmara.
Durante o evento, Taques e Richa deram declarações contrárias à participação do PSDB em um eventual ministério de Temer.